Menino é vacinado contra a cólera em Aden, no Iêmen (Foto: Unicef/Abdullah Bafaqeh)

A Organização Mundial da Saúde, OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e os seus parceiros vacinaram, por via oral, mais de 200 mil pessoas no Iêmen em dois dias.

A campanha começou no sábado e envolve mais de 3 mil funcionários de saúde. O objetivo é evitar uma terceira onda da epidemia e deve chegar a 500 mil pessoas.

Campanha

A campanha decorre no norte do país, em dois distritos de Hodeida e um de Idlib. A OMS diz que estes três distritos foram escolhidos porque estão mais vulneráveis ao espalhar da epidemia.

Esta é a segunda campanha de vacinação no país este ano. A primeira cobriu a região de alto risco de Aden, no sul do país, em maio.

O Iêmen enfrenta um dos maiores surtos recentes de cólera no mundo. Desde abril de 2017, foram registrados mais de 1 milhão de casos suspeitos e 2,316 mortes.

Na semana passada, o diretor-geral adjunto de Preparação e Resposta a Emergências da OMS, Peter Salama, disse que o nível de infecção “não está no nível massivo” do ano passado, mas que as pessoas estão mais fracas e menos capazes de lidar com a infecção.

Salama afirmou que “aconteceram duas grandes ondas de epidemias de cólera nos últimos anos e, infelizmente, os dados que vimos nos últimos dias sugerem que podemos estar à beira de uma terceira grande onda.”

Retornados

Em nota separada, o vice-porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, William Spindler, disse que a agência já ajudou mais de 2 mil refugiados da Somália a regressar ao seu país desde o início do programa no ano passado.

Na segunda-feira, um barco com 116 refugiados somalis que estavam no Iêmen chegou ao porto de Berbera, na Somália. Contando com estes casos, o Acnur já ajudou este ano 1,321 somalis a regressar, de forma voluntária, ao seu país de origem.

Apelo

Na terça-feira, a Organização Internacional para Migrações, OIM, lançou um apelo para financiar o Plano Regional de Resposta a Migrantes para o Leste de África e Iêmen. A agência precisa de US$ 45 milhões.

Em Genebra, o porta-voz da OIM, Joel Millman, disse que o plano vai ajudar os migrantes nesta região entre 2018 e 2020.

O objetivo é auxiliar as pessoas da Somália, Djibouti e Etiópia que estão a migrar para o Iêmen como forma de chegar aos países ricos do Golfo. A meta é ajudar 81 mil pessoas.