Na avaliação da oposição, a criação da comissão é uma manobra para adiar a análise dos pedidos de cassação

 

Os aliados do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), vão controlar a comissão especial que foi criada pela Câmara Legislativa hoje para analisar os pedidos de impeachment por crime de responsabilidade. Das nove vagas, pelo menos cinco serão preenchidas por parlamentares ligados ao governador, que é acusado de participar de um esquema de arrecadação e pagamento de propina para a base aliada.

 

Na avaliação da oposição, a criação da comissão é uma manobra para adiar a análise dos pedidos de cassação. A maioria de Arruda na Câmara Legislativa ainda é mantida porque apesar de seis partidos terem anunciado que deixaram a base do governo, após as denúncias de irregularidades, os parlamentares ainda se comportam como aliados. PSDB, PMDB, PSB, PPS, PV e PDT entregaram os cargos ocupados por correligionários.

 

Para evitar contestações jurídicas, líderes do DEM estudam adiar a reunião da Executiva Nacional da legenda que decidirá o futuro político do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Advogados do partido alertam que Arruda pode ir à Justiça caso a decisão sobre a sua expulsão aconteça na tarde de quinta-feira, como estava inicialmente previsto. O temor é que ele use o argumento de que o prazo para a apresentação de sua defesa acaba no final deste dia, e não no início da tarde. Por isso o partido deve se acautelar cada vez mais para não ser pego no contrapé, segundo o líder do DEM na Câmara, deputado goiano, Ronaldo Caiado.