A Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para debater o aumento excessivo dos preços dos combustíveis em Goiás. 

O consumo de etanol caiu em torno de 70% no Estado, de acordo com o Ministério Público, já que para quem tem carros bicombustíveis, não é vantajoso abastecer com álcool.

O objetivo foi buscar soluções para evitar os constantes aumentos nos preços dos combustíveis. O promotor do Centro Operacional do Consumidor, Érico De Pina, afirma que as usinas optam por produzir açúcar ao invés de álcool.

“As usinas, ao invés de processar o pouco que é possível nesta época de entre safra direcionada ao etanol, tem direcionado a produção ao açúcar, que a tonelada hoje no mercado internacional está a 800 dólares. Como as usinas não podem assumir publicamente essa condição de direcionar a produção para o açúcar, eles dizem que é um problema de logística, falta de condição de colher cana, entre outras desculpas”, declara.

O promotor afirma que além das usinas de cana de açúcar, o governo federal também tem responsabilidades sobre o aumento excessivo dos combustíveis. Segundo ele, o Estado tinha conhecimento do problema e não tomou nenhuma medida preventiva como formação de estoque regulador, ou a importação antecipada.

Decon

A Delegacia do Consumidor (Decon) instaurou inquérito para averiguar quais são os motivos para o alto preço dos produtos.

O delegado titular da Decon, André Abrão, informa qual é o andamento das investigações.

“A justificativa que nos foi apresentada até agora estaria relacionada à entre safra. Nós sabemos que o produto não foi gerado agora, já estava estocado desde o final do ano passado, e estamos aguardando mais algumas informações para cruzá-las, e responsabilizar aquela pessoa que realmente tem algum envolvimento com relação ao aumento dos combustíveis nos últimos meses”, relata.

Sindiposto

O presidente do Sindiposto, Leandro Lisboa, afirma que os preços nos combustíveis na bomba não dependem das alterações dos donos de postos.

“Os preços finais de bomba está a cargo do empresário. O Sindiposto não mexe com preço final de bomba. Os sucessivos aumentos são porque estamos mudando o custo. Estamos comprando mais caro das distribuidoras, praticamente de duas a três vezes por semana”, explica.

O Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool de Goiás, (Sifaeg) não enviou representante para audiência pública realizada na Assembleia Legislativa.

O presidente do Sindicato, André Luis Rocha declarou em nota que não pode comparecer por ter outra reunião marcada no mesmo horário em Brasília.

O promotor de justiça, Érico de Pina, afirmou que não há solução imediata para reduzir os preços dos combustíveis em Goiás.

Segundo ele, resta apenas esperar a colheita da safra durante o mês de abril, para que a oferta de álcool seja aumentada e os preços diminuídos.