A frustração por Goiânia não ter sido escolhida uma das 12 sedes para a Copa do Mundo é evidente em cada morador que respira o futebol na capital. Só que a Seleção Brasileira tem tentado, ao máximo, suavizar essa situação, e um ponto chave para isso é a relação do técnico Luiz Felipe Scolari com a capital de Goiás. O treinador sempre demonstra muito carinho pelo Estado e pela capital, e essa relação vai da amizade aos negócios.
O primeiro contato do treinador com o Estado foi em 1988, quando tinha apenas seis anos como treinador e foi contratado para treinar o Goiás, pelo então diretor de futebol, Pedro Goulart, que ainda seria presidente do clube. O treinador vinha de um título com o Grêmio, mas não conseguiu repetir o feito pelo Goiás e acabou saindo para trabalhar no Kuwait.
Mesmo assim, Felipão deixou uma marcar no Goiás: foi pelas mãos do treinador que Túlio Maravilha surgiu como profissional, levando o clube esmeraldino a outro patamar nacional. Felipão também teve uma passagem relâmpago pelo Atlético, que ele mesmo destaca como “recorde”. A relação é tão próxima que o treinador já tem o titulo de cidadão goianiense e investe em alguns imóveis na capital.
“Eu vim trabalhar aqui em 88 junto com o Murtosa, tivemos uma passagem boa no Goiás, com muitos amigos. Temos uma boa relação de negócios com um sócio aqui também. Também passei de 18 dias no Atlético. Aliás, eu tenho um recorde de ter passado 18 dias no Atlético e 18 dias no Coritiba, depois fui embora. Enfim, é relação de negócios, amizade, um ambiente muito bom e uma relação de carinho que fizemos. Além disso, tem a minha santinha lá em Trindade, a gente não pode esquecer”
A fé também é um dos laços de Felipão com Goiás, já que o treinador, quando pode, percorre os 18km até Trindade para a visita de praxe a Basílica do Divino Pai Eterno. A relação só ficou um pouco deteriorada no ano passado, quando a Seleção se preparou para a Copa das Confederações em Goiânia, mas o treinador vetou treinos na Serrinha pela falta de privacidade. Assim, o duelo contra o Panamá é uma espécie de retribuição e pedido de desculpas.
“Quando escolhemos Goiás para jogar e quando escolhemos abrir os portões para o treino, é porque tínhamos uma divida com o torcedor de Goiás da época da Copa das Confederações. Ficamos satisfeitos como eles receberam e trataram os jogadores e espero que tenha 40 mil torcedores ou mais no jogo para apoiar a Seleção”, concluiu.