O futebol goiano perdeu nesta quarta–feira (29) por causa de complicações da Covid–19, o ex–jogador Tiãozinho, que foi meia do Goiás entre 1983 e 89. Jogadores da época de Goiás e personalidades do futebol se despediram do companheiro, conhecido pela alegria e descontração.
Muito emocionado, o ex–volante Uidemar, ídolo esmeraldino, fez questão de deixar sua mensagem. Amigo de infância de Tiãozinho, conviviam juntos não só no Goiás, mas também fora do clube, e relatou que a “despedida” aconteceu bem cedinho.
“Nós convivemos muito dentro de casa. Desde os 12 anos juntos. Sempre fomos muito ligados. Era muito alegre, em qualquer situação podia contar com ele. Uma perda grande demais. Até difícil falar, porque ele despediu de mim hoje às 5 da manhã. Quando acordei, num sonho, ele pegando na minha e dizendo “vou embora, vou embora”, e eu dizia pra ele ficar. Então acordei na hora. Ali foi uma despedida.
O presidente do conselho deliberativo do Goiás, Hailé Pinheiro, também falou sobre Tiãozinho, que quando atuava, se mostrava interessado pelos direitos trabalhistas dos jogadores de futebol.
“O Tiãozinho era protegido do Edmo (Pinheiro). Era apaixonado nele. Ele foi o primeiro jogador a discutir lei trabalhista no futebol. Ele andava com livro debaixo do braço. Se fosse discutir alguma coisa, ele “tacava” a lei na gente. Foi bom jogador, muito calmo. Uma pena”.
Quem também lembrou de Tiãozinho, foi o ex – lateral direito Zé Teodoro, que fez questão de destacar o quanto era bom jogador e querido por todos no clube.
“Era um jogador diferenciado para aquela época. Muito habilidoso, que depois foi para o Novorizontino, e sempre representou bem. Pessoal da nossa época, os jogadores mais antigos, gostavam muito dele. Era muito alegre e descontraído”.
Entre 87 e 89, Tiãozinho atuou ao lado de Niltinho, no Goiás. Se tornou cunhado do ex–ponta direita esmeraldino, que lembrou o quanto era inteligente em campo.
“Um cara fenomenal. Um dos três mais inteligentes com quem joguei, ao lado de Túlio e Luvanor. Um grande pai, amigo e marido. Fica uma dor muito grande”.
Paulo Egídio, gerente de futebol do Goiás, neto de Edmo Pinheiro, é genro de Tiãozinho. Na despedida, lembrou da amizade do avô com o então meio–campista, o que só estreitou a relação entre os dois.
“Sou eternamente grato pelos ensinamentos. Era um cara de família, muito simples. Era uma pessoa muito querida. Ele sempre falava do prazer que tinha em me receber na casa dele por ser neto do Edmo Pinheiro”.
Paulo Egídio (esquerda), supervisor de futebol do Goiás, é genro de Tiãozinho (Foto: Arquivo Pessoal)