Nesta sexta-feira foi realizada a eleição da FIFA para presidente e 206 confederações filiadas à entidade tiveram direito a voto. Cada país poderia levar uma comitiva com 4 pessoas: o presidente da Confederação (Marco Polo Del Nero, no caso do Brasil), e 3 delegados (José Maria Marin, André Pitta e Mauro Carmélio).

Apos a prisão de Marin, Del Nero deixou Zurique e retornou para o Brasil. Dessa forma, o presidente da Federação Cearense, Mauro Carmélio, foi o responsável pelo voto brasileiro. Em entrevista à Rádio 730, André Pitta, presidente da Federação Goiana de Futebol, esteve presente no evento e comentou, em entrevista exclusiva à Rádio 730, o clima durante a votação. “A eleição foi, a princípio, bem discutida, bem tensa, mas de uma boa forma”.

Joseph Blatter foi reeleito presidente da entidade, após receber 133 votos contra 73 votos de Ali Bin Hussein no primeiro turno. Porém, o príncipe da Jordânia acabou renunciando a candidatura antes do segundo turno. Dessa forma, o suíço foi  reeleito para seu quinto mandato na presidência da FIFA.

Confira os pontos abordados na entrevista de André Pitta para a Rádio 730:

Porque foi um dos escolhidos para compor a comitiva? E porque não foi você que votou?

“A comitiva é uma decisão da presidência da CBF. A escolha de quem seria o responsável por votar ou não é o de menos. Foi uma decisão nossa (Pitta e Carmélio) mesmo, até porque o voto não é pessoal nosso, é da instituição CBF”.

Voto da CBF foi para quem?

“Temos um acordo conversado com a CBF de que não cabe nem a mim e nem ao Mauro falar sobre essa questão. Acredito que a CBF deve se pronunciar sobre o voto da entidade”.

A favor do continuísmo ou do fato novo?

“É muito difícil falar desse assunto até porque conheço pouquíssimo o candidato de oposição. Às vezes ele é jovem, mas tem competência , é uma pessoa madura, com idealismo, que tem  todas condições de fazer um trabalho ainda melhor que o Blatter. Agora, com essa falta de conhecimento nosso sobre o candidato, fica difícil você conseguir comparar o que seria melhor. Lógico que, em alguns momentos, a juventude é importante, mas, sem dúvida nenhuma, em outros determinados momentos, a experiência, a maturidade, o aprendizado acabam sendo também muito importantes”.

Quando chegou na Suíça?

“Cheguei na Suíça na terça-feira pela manhã”.

Estava presente no hotel quando Marin foi preso?

“Eu e o Mauro estávamos em outro hotel completamente diferente e tivemos a informação da prisão do ex-presidente Marin através da imprensa do próprio Brasil, onde nós estamos sempre consultando alguns sites, como o próprio site da 730, e até fomos pegos de surpresa tomando conhecimento através da imprensa brasileira”.

Acredita que Marin é culpado no processo?

“Se você me fizesse essa pergunta na semana passada, eu iria falar que não tinha dúvidas, que o achava uma pessoa séria e correta porque ele sempre demonstrou isso. Depois de tudo que aconteceu é muito difícil eu afirmar algo sobre. É difícil você não acreditar que possa ter alguma coisa devido a forma, da participação da polícia americana e suíça em comum. Todo mundo  tem o direito de defesa, que ele possa exercer esse direito. E que, se ele realmente não tiver culpa, que isso fique claro a todo mundo no Brasil. Se tiver, infelizmente, ele tem de pagar pelo erro que cometeu”.

Acredita na lisura do Marco Polo Del Nero?

“Como eu falei, a gente tem de acreditar nas pessoas. Não podemos condenar. Tivemos com ele após a prisão do Marin e ele demonstrava um abatimento grande, em virtude de um golpe desse tamanho. Ele não demonstrava preocupação interna com ele. Estava tranquilo em relação ao nome dele. Estava abatido porque é um golpe grande para a CBF, para uma nova administração que ele vinha  buscando. Como eu falei, são questões que a justiça tem de resolver. Se realmente, tiver irregularidade, os órgãos competentes que tem de avaliar”.

Como levantar desse golpe a partir de agora?

“Tem de procurar mostrar lisura. A CBF vinha fazendo isso, respondendo todas as criticas, tentando ser transparente e mostrar uma condição diferenciada. Acho que tem continuar mantendo essa posição e buscar essas alternativas. Agora é lógico dentro de uma lisura e uma seriedade para que não venha comprometer o principal veículo de divulgação do nosso país, que é o futebol brasileiro”.

Volta quando para o estado de Goiás?

“Acredito que devo voltar domingo ainda.”