O secretário estadual de Saúde, Antônio Faleiros, afirmou que é favorável à internação compulsória de usuários de crack. Ele também revelou que até o final do atual mandato do governador Marconi Perillo (PSDB), o HUGO 2, que ficará na região Noroeste de Goiânia, estará pronto. As declarações foram dadas durante entrevista concedida por Faleiros ao Programa Clube da Notícia, da Rádio 730, na manhã desta quarta-feira (3).
Para Faleiros, tanto a sociedade civil quanto a científica foram pegas de surpresa com a epidemia de crack que se instalou no País. “O crack está vencendo várias condutas, procedimentos e propostas políticas que surgiram,” analisa.
No último ano, a proposta de internação compulsória dos dependentes químicos tem sido muito debatida no Brasil. Antônio Faleiros disse que é favorável à internação e cita uma analogia do presidente do Conselho Regional de Medicina, Salomão Rodrigues, para justificar sua preferência. “Quando alguém sofre um acidente e fica com um traumatismo craniano, alguém pergunta a ele se quer ou não ser internado? Não. A situação é semelhante, o dependente químico não está em suas faculdades mentais plenas para decidir se quer ou não ser internado,” argumenta.
Antônio Faleiros contou que o Estado pretende investir em um hospital especializado no tratamento de dependentes químicos, que seria destinado à tratamento de longo prazo. Porém, o secretario defende que a recuperação seja em conjunto com a família, evitando assim, que a unidade se torne um depósito de pessoas, como acontecia em alguns hospitais psiquiátricos no passado.
Hospitais
Ainda em campanha, Marconi Perillo prometeu que construiria o segundo hospital de urgências de Goiânia, mais conhecido como HUGO 2. Faleiros garantiu que a promessa será cumprida até o final do mandato, que se encerra em dezembro de 2014.
O secretário contou que a obra custará R$ 45 milhões e, também, que o projeto já está pronto e os recursos assegurados, restando apenas a licitação por parte da Agência Goiana de Obras Públicas e Transportes (Agetop), o que deve levar aproximadamente dois meses. A unidade ficará na região Noroeste da Capital.
Atualmente, o Hospital de Urgências de Aparecida (HUAPA) funciona em uma parceria administrativa entre o Estado e o Município. “Nós fizemos um chamamento para transferi-lo para OS, mas houve um processo jurídico e o hospital seguiu sendo gerido pelo Estado. Então fizemos uma parceria com Aparecida, e ele está funcionando plenamente. Estão abertos os centros cirúrgicos, as UTIs, as alas de internação,” afirmou Faleiros.
Apesar da parceria com a prefeitura de Aparecida, a intenção da pasta comandada por Faleiros é transferir o hospital para uma Organização Social (OS). Ele acredita que até o próximo mês – maio – a situação já estará definida neste sentido.