O prefeito Antônio Gomide (PT) lidera com folga em sua cidade, Anápolis, no cenário em que é colocado como um dos candidatos a governador de Goiás na eleição deste ano (Cenário 3). A diferença entre ele e o segundo colocado, o governador Mar¬coni Perillo (PSDB), chega a 50,5 pontos percentuais. Júnior do Friboi (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB), juntos, somam (5% – 2,5% cada) menos que os brancos e nulos (5,8%), e pouco mais do que aqueles que não avaliaram ou se mostraram indecisos (4,3%).
Os números são da terceira rodada de pesquisas Tribuna do Planalto/Grupom para governador realizadas em municípios estratégicos do Estado e divulgadas em parceria com a Rádio 730. As primeiras foram feitas em Rio Verde e Aparecida de Goiânia, e publicadas em semanas anteriores. Semana que vem, será a vez de Goiânia. A margem de erro é de 4,9 pontos percentuais para mais ou para menos.
Gomide luta para ser candidato. Um de seus principais desafios é convencer o seu partido de que pode vencer, o que poderá se dar oficialmente no dia 29 deste mês. Nesse dia, o PT decidirá se lança nome próprio ou segue em aliança com o PMDB, indicando o vice ou o candidato a senador. O prefeito tem até lá para convencer a legenda de que sua postulação é viável. Ou, mais que isso: tem perspectiva real de vitória. Hoje, ele já conta com o entusiasmo da base petista no Estado e com estímulo de liderança nacionais.
Entre as credenciais de Gomide está justamente o bom desempenho na cidade que administra, o que os números do levantamento Tribuna do Planalto/Grupom comprovam com os índices de intenção de voto, mais os números da espontânea e da rejeição (leia nesta página), e os da avaliação de seu governo (leia mais, na página 10, sobre o que o anapolino pensa das administrações dele, do governador tucano Marconi Perillo e da presidente petista Dilma Rousseff).
Anápolis é também o domicílio eleitoral de Friboi. O desempenho do empresário, porém, está longe de impressionar – a não ser pelo lado negativo. Se no cenário com Gomide (Cenário 3) ele fica em 2,5%, na disputa direta com Marconi e Vanderlan (Cenário 2) a sua desvantagem é evidente. Ele mantém empate técnico com o candidato do PSB (que tem 14,9%), mas tem índice um pouco menor (14,4%), e está bem distante do líder, Marconi Perillo (40,4%).
Friboi é hoje o candidato oficial do PMDB. Mas enfrenta problemas internos, com a resistência dos iristas, e externos, com a rejeição de boa parte do PT goiano. Nos dois casos, declarações desajeitadas do empresário resultaram em desgastes onde não havia. Os ânimos seguem tão acirrados que, por ora, a situação é de confronto aberto onde deveria haver paz e unidade. O inimigo mesmo, Marconi Perillo, é até poupado.
Em relação a Iris, incomodou a pressão para lançá-lo agora candidato a senador, o que o ex-governador já mostrou não querer, e os ataques a aliados seus, principalmente à sua mulher, a deputada federal Iris Araújo. O fato de friboisistas alegarem que, na verdade, apenas contra-atacam, pouco ajuda a resolver a questão. Enquanto isso, o clima esquenta. Aos petistas, não ajudou Friboi ter deixado claro que pode não apoiar Dilma e que não faz questão do apoio deles em outubro, podendo naturalmente procurar, para aliança no Estado, o DEM, justamente o partido que hoje faz a oposição mais dura à presidente.
Em Anápolis, portanto, Friboi tem, de um lado, o contraponto de um bem avaliado Gomide (Cenário 3), e, de outro, uma avaliação ruim (Cenário 2). Para piorar, o Cenário 3 mostra um Iris bem melhor que ele. Quando o nome do ex-governador é colocado na disputa, e o do prefeito é retirado, os números ficam equilibrados. Marconi aparece com 4,3 pontos à frente de Iris, mas a situação é de empate técnico, já que o percentual está dentro da margem de erro, que é de 4,9 pontos para mais ou para menos. Desequilibra quando Iris e Gomide ficam fora. Aí Marconi dispara (Cenário 2).
Neste cenário, pode-se até argumentar que Marconi, enfim, está à frente. A notícia ruim é que Iris, de um historicamente desgastado PMDB na cidade, está bem próximo, e tem uma rejeição menor (veja abaixo). Assim, nada a comemorar.
Gomide lidera na espontânea
O levantamento espontâneo da pesquisa Tribuna do Planal¬to/Grupom para o governo de Goiás em Anápolis mostra o prefeito Antônio Gomide, do PT, também numa liderança tranquila, com 17,7%. Nos levan¬tamentos de Rio Verde e Aparecida, a liderança espontânea era do governador Marconi Perillo, do PSDB.
O tucano é, aqui, o segundo colocado (10,1%), e o peemedebista Iris Rezende, o terceiro, com 2%. A diferença de Gomide para Marconi é de 7,6 pontos percentuais, e de Marconi para Iris, de 8,1 pontos. Vanderlan Cardoso (PSB) é o quarto colocado, com 1%, seguido por outro nome ligado à cidade: o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM), que tem 0,5%.
Só então se vê o empresário Júnior do Friboi, empatado com o deputado federal Rubens Otoni (ambos, 0,3%). Com uma diferença: Otoni não faz campanha para o governo; Friboi tem feito, abertamente, há meses. Entre os nomes ‘anapolinos’, Friboi apresenta o pior desempenho. O percentual dos que não avaliaram é alto: 68,2%.
O levantamento indica que a população parece aprovar a postulação de Antônio Gomide. Anápolis é o terceiro colégio eleitoral do Estado e um local onde historicamente Marconi sempre leva vantagem. Com Gomide no jogo estadual, a história poderá ser outra.
Marconi é o mais rejeitado
Mais uma vantagem do prefeito Antônio Gomide (PT) sobre o governador Marconi Perillo (PSDB), em Anápolis, segundo levantamento Tribuna do Planalto/Grupom para o governo: a sua rejeição na cidade é a menor (6,6%), enquanto a do possível adversário, a maior (33,1%).
O segundo mais rejeitado é o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM). Vale lembrar: o nome de Caiado é colocado somente no cenário geral, com todos apresentados em uma mesma cartela ao eleitor. Não é um cenário real de disputa, mas serve como referência para avaliações diversas, como a rejeição.
Caiado não faz campanha para o governo. Já se prontificou para a disputa, no entanto está focado no cenário nacional. Até há pouco, era pré-candidato a presidente da República por seu partido. Iris Rezende (PMDB), Júnior do Friboi (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB) tem índices medianos, o que, em se tratando de rejeição, não deixa de ser positivo.
Fonte: Tribuna do Planalto