A cidade tem sido vítima da demagogia e o fato inspira outras experiências. Felizmente, cada vez menos. A safra atual de prefeitos é a melhor que Goiás já teve. A competição é desigual com os gestores municipais de antes de 1988, porque não havia repasse constitucional obrigatório. Outro fator que há 20 anos colabora com os administradores é a estabilidade econômica do Plano Real, que deu ao governo federal condição de enviar verbas. Mas nada foi mais forte que a universalização do ensino, até com a massificação dos cursos superiores, principalmente a implantação da UEG. O eleitor se tornou exigente, mais crítico, sobretudo dos políticos que lhe são próximos. Um resultado é a melhor qualidade dos prefeitos. Ainda existe muito traste com mandato, mas não se pode negar a elevação do nível.
Nas eleições de 2012, o eleitor deu um de independência e modernidade. Surrou impiedosamente os caciques locais, como o deputado Roberto Balestra. Apareceram personagens completamente novos, como os prefeitos de Nerópolis, Acreúna e Piracanjuba. E voltaram os gestores que haviam sido eficientes, como em Caldas Novas e Morrinhos. Outras cidades foram agraciadas com protagonistas de cargos estaduais que premiaram os municípios com seu comando. São os casos de Mineiros e Aparecida, hoje com os ex-governadores Agenor Rezende e Maguito Vilela, e Goianésia, com Jalles Fontoura.
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Ao eleger Maguito, Aparecida de Goiânia reconheceu que chegava ao meio milhão de habitantes e precisava chegar ao século XXI. Maguito foi senador e um dos governadores mais populares da história de Goiás. Sua administração dividiu Aparecida em duas eras. Já era a Aparecida da desordem, da cidade-dormitório, da pequenez. Maguito inaugurou a era do conhecimento, do empreendedorismo, das obras que pareciam impossíveis. Só um prefeito da estatura política de Maguito resistiria às seguidas campanhas feitas por inimigos de Aparecida. A Operação Miquéias, da Polícia Federal, mostrou que Maguito resistiu até às quadrilhas que tentaram roubar fundo de previdência. As gravações são documentos que atestam a honradez do prefeito que refundou a maior cidade do interior do Centro-Oeste e do Norte do Brasil.
Agora, Maguito dá uma aula no caso do passe livre estudantil. A demagogia quer impedir manifestações pagando com dinheiro público o transporte até dos alunos ricos. Os demais prefeitos da Grande Goiânia e o governador Marconi Perillo deveriam seguir a decisão de Maguito. O dinheiro dos impostos é para obras e serviços, não para o oportunismo. Em vez de Maguito capitular, os demais é que precisam esquecer o socialismo de conveniência. Maguito deu um novo peso ao cargo em Aparecida. Quem premia o populismo só dá peso à consciência.