O transporte de passageiros intermunicipal passará por restruturação. O atual contrato de concessão do poder público com as empresas que atuam em Goiás termina no próximo mês de agosto. Atualmente são vários os problemas que os passageiros enfrentam no interior goiano na hora de viajar. Falta de estrutura, organização e limpeza nos terminais, ônibus velhos, horários e trajetos inadequados, sem contar que 11 municípios não são atendidos por nenhuma linha de ônibus. Das mais de quinhentas linhas que atendem todo o estado, aproximadamente em 1/3 delas, as empresas de ônibus paralisaram atividades com a alegação de falta de demanda. O novo edital prevê a concessão por um prazo de quinze anos.

A licitação que está prevista para ser aberta em agosto foi estruturada em sete lotes, cada empresa vencedora poderá atuar em apenas um lote, como explica o presidente da Agência Goiana de Regulação (AGR), Humberto Tannús. “As empresas podem participar sozinha, aí ela vai ter aquele eixo tronco, a empresa que ganhar aquele lote terá total condição de oferecer um bom negócio. Se quiserem fazer um consórcio, isso está aberto,” diz.

O edital prevê que 30% da frota sejam de veículos novos e o restante com até sete anos e meio de uso. Hoje a média é acima de doze anos de uso. As empresas serão obrigadas a ofertarem no mínimo uma viagem de ida e volta em cada cidade. Além disso, as tarifas terão que ser iguais ou inferiores as atuais.

O presidente da AGR Humberto Tannús garante que o usuário não será onerado, que o custo dos investimentos ficará a cargo das empresas. Ele diz ainda que as empresas terão um contrato após a licitação, no qual poderá recuperar o dinheiro investido a partir do 8º ano.

O diretor explica que 80% do movimento de circulação das empresas que licitarem as linhas passaram por 18 grandes terminais no Estado. Tannús assegura que seis deles estão em boas condições. Os que necessitam de reparos assim como os demais do Estado serão reformados pelo Estado ou por meio de outras licitações.

Nos próximos dias ocorrerão as últimas consultas públicas e uma série de audiências públicas para que a população possa sugerir elementos que poderão ser acrescidos no edital que deverá ser aberto em agosto. A expectativa é que até no final deste ano, o transporte rodoviário intermunicipal esteja funcionando de forma eficiente.