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Premiados em torneios internacionais de robótica em 2019, alunos, ex-alunos e professores de quatro equipes do SESI do DF e de Goiás foram homenageados, nesta quarta-feira (31), pela Agência Espacial Brasileira (AEB).
Durante o evento, em Brasília, os participantes receberam diplomas em reconhecimento aos trabalhos inovadores em prol de temas ligados ao setor aeroespacial.
“É uma emoção muito grande, porque foram 11 meses de trabalho. Ir para o exterior representar o Brasil em um torneio internacional de robótica, conseguir trazer o título e ainda ser convidado pela Agência Espacial Brasileira para homenagear a gente representam uma coisa surreal”, comemorou Danlucas de Mendonça Ribeiro, de 17 anos, aluno do Sesi Canaã de Goiânia, integrante da Gametech.
Com apenas 14 anos de idade, Cauan Cesar Ramos, competidor pelo Lego of Olympus, time formado pela equipe do SESI Gama (DF), disse que o resultado representa uma grande conquista pessoal. “Este ano foi mais gratificante por saber que aprimoramos o nosso trabalho e chegamos ao topo”, comemorou.
Eduardo Luz Ribeiro, de 16 anos, que faz parte da equipe Legofield, também formada por estudantes e professores da unidade do Gama, já pensa em que carreira profissional em um futuro próximo. “Desde quando eu entrei na robótica, a tecnologia vem me surpreendendo e é a área pela qual eu mais me interesso, e, com certeza, quero trabalhar com algo focado nisso”, projetou.
Depois das experiências e do conhecimento adquirido, a integrante da quarta equipe homenageada pela AEB, Ana Carolina Moraes, de 16 anos, afirma que o reconhecimento internacional aproximou sonhos que até então considerava distantes de sua realidade. “A gente ver que não é tão longe da nossa realidade, dos nossos sonhos de criança, isso só motiva ainda mais a continuar nas pesquisas e levar para o âmbito profissional”, ponderou.
Ao defender mais investimentos em ciência e tecnologia, o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, parabenizou os alunos pelas conquistas e lembrou que os estudos na área de robótica são essenciais para o desenvolvimento do país.
“Todo mundo sabe que o Brasil é famoso pela nossa criatividade, nossa flexibilidade em conquistar coisas, só que às vezes fica faltando a gente demonstrar isso, ainda mais na área espacial, que é mais restrita. Então, o trabalho desses jovens, dos seus professores, das escolas que apoiaram é notável. Eles fizeram isso por iniciativas próprias e não foram só participar. Foram e ganharam. Todos nós do setor espacial ficamos muito orgulhosos”, elogiou.
Premiação em competições internacionais
Três equipes de robótica do Distrito Federal foram premiadas em competições internacionais, em 2019. Os alunos, ex-alunos e professores do SESI viajaram para Estados Unidos, Uruguai e Austrália para apresentar os projetos desenvolvidos na temporada 2018/2019 do torneio FIRST® LEGO® League (FLL). O desafio era criar soluções para problemas que os astronautas poderiam ter no espaço.
A solução da equipe do SESI Gama, Lego of Olympus, campeã em Fairmont (EUA), em julho, foi de melhorar as condições de sono dos profissionais nas viagens espaciais, criando um colchão com aquecimento e vibração para relaxamento.
O outro grupo premiado da mesma unidade foi o Legofield, que conquistou o primeiro lugar da categoria de Design do Robô, no Uruguai, em junho. A equipe criou um relógio de pulso usado pelo astronauta e um aplicativo de celular, que identificaria grandes alterações na frequência cardíaca.
A Albatroid levou dois troféus, em Sydney, na Austrália, no início de julho. Ao descobrir que astronautas adquiriam muito estresse nas viagens espaciais, os alunos do SESI Taguatinga decidiram criar um capacete que utiliza terapias alternativas, como cromoterapia, musicoterapia e reflexoterapia, que ajuda a estimular áreas do corpo e alivia a tensão.
Pela invenção do “chiliclete”, goma de mascar com substâncias da pimenta que ajuda astronautas a sentirem o gosto da comida quando forem para o espaço, a NASA premiou estudantes goianos. A ideia surgiu a partir de pesquisas realizadas pelos alunos, que descobriram que quando os viajantes espaciais passam muito tempo em órbita, acabam ficando com as vias superiores congestionadas.
Na avaliação da diretora da escola SESI Canaã de Goiânia, Antonia Stecca, os participantes estão de parabéns e provaram que só precisam de apoio para desenvolver grandes ideias.
“É um resultado fantástico, que a gente percebe que houve um envolvimento muito grande no debruçar de toda a equipe em busca de aprimorar essa pesquisa. Eles foram pesquisar sobre uma dificuldade que o astronauta vivencia e trazer uma solução, realmente uma inovação”, afirmou.
Visita ilustre
O evento que homenageou as equipes premiadas do SESI em torneios internacionais de robótica contou com a presença da astronauta norte-americana Anna Fisher. Médica especializada em medicina de emergência e formada em química, ela foi a primeira mãe a viajar em missão espacial, em 1983. Para ela, a chance dada aos participantes mostra que é preciso dar oportunidades e estimular a participação de jovens na área aeroespacial.
“Eu acho que é maravilhoso eles terem essa oportunidade de participar de competições. Eu não tive essas oportunidades, então é possível que eles estejam mais preparados que eu estive”, salientou.