A Taça das Favelas terminou no último sábado (8), em Goiânia, com os títulos do Gentil Meirelles (feminino) e do Orlando de Morais (masculino) e mais do que erguer a taça, a competição, que reúne jovens de vários bairros da região metropolitana de Goiânia, deu mais um exemplo de inclusão.

Maior campeonato de futebol de jovens de periferia no mundo – incluindo as oito capitais em que aconteceu – teve apenas no estado de Goiás, 80 times inscritos (61 no masculino e 19 no feminino) e números que impressionam, um deles, 1.653 atletas inscritos. Os jovens presentes participaram de 118 jogos nas duas categorias e não faltaram gols: 302, divididos em 213 no masculino e 89 no feminino. De acordo com Breno Cardoso, presidente da CUFA – Central Única das Favelas em Goiás – o objetivo da competição foi atendido: colocar o jovem da periferia como protagonista.

“Saímos com um saldo extremamente positivo, uma vez que o nosso objetivo é gerar protagonismo para os jovens das favelas, da periferia. Mais uma vez a gente conseguiu que esse protagonismo fosse elevado a altos níveis, no sentido em que levamos para um estádio profissional a final, lotamos a arquibancada, com toda a cobertura da imprensa e ainda conseguimos que os dois times campões desfilassem em carro aberto e fossem recebidos pelo prefeito de Goiânia. Então foi um balanço extremamente positivo. A periferia, por tantas vezes esquecida, na Taça das Favelas esteve no foco principal”, destacou Breno Cardoso.

Mesmo com o sucesso da competição, que aconteceu simultaneamente em outras sete capitais brasileiras, Breno Cardoso ressalta que tem desafios para a edição do ano que vem, um deles, dar mais condição estrutural para que mais gente das comunidades participem dos jogos.

“A questão da mobilidade é um desafio. Sabemos que a dificuldade de acesso é um grande problema para quem mora na periferia. Seja o acesso aos serviços básicos, como a locomoção, aí que entra a mobilidade. Vamos tentar melhorar o descolamento das comunidades para os jogos e a grande final. O estádio estava cheio na final, mas imagine que muitos gostariam de estar no OBA, mas não conseguiram por causa da falta de transporte. Esse é um ponto importante e precisamos do apoio do poder público”.

Favelão

E encerrada a fase regional da Taça das Favelas, agora os estados que sediaram a competição formam suas seleções para o Favelão, que acontece a partir de 3 de novembro em São Paulo. Segundo Breno Cardoso, as avaliações para a formação da Seleção Goiana já começaram.

“Uma grande competição nacional que vai reunir seleções de vários estados. Nós vamos selecionar os destaques da competição estadual para que representem na edição nacional. Já está definido que o treinador no masculino será o do Orlando de Morais, enquanto que no feminino será a treinadora do Gentil Meirelles, times que foram campeões. Será feita uma avaliação dos 100 desta ques no masculino e dos 60 destaques no feminino, para que 18 em cada categoria sejam selecionados. A final será antes do início da Copa do Mundo com transmissão para todo o país”, explicou Breno Cardoso.