A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a candidata à presidência da República Luciana Genro, do PSOL, encaminharam nesta segunda-feira (29/9) representações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo que o também candidato à presidência Levy Fidelix (PRTB) seja penalizado por homofobia.

De acordo com o OAB, as declarações de Levy Fidelix no debate da Rede Record no último domingo (28), quando disse que é preciso “enfrentar” a minoria homossexual, que deve ser tratada “longe daqui”, configuram crimes eleitorais e contra paz pública. A OAB entende que o registro de candidatura de Fidelix deve ser cassado.

A representação do PSOL aponta que o candidato “incitou a violência e a descriminação contra a população LGBT. O documento afirma ainda que Fidelix ofendeu a comunidade homossexual por meio de “verdadeiro discurso de ódio”.

Declarações

As declarações de Levy Fidelix foram dadas após a candidata Luciana Genro questiona-lo “porque os defensores da família se recusam a reconhecer como família um casal do mesmo sexo”. Ao responder, Levy Fidelix disse, entre outras coisas, “prefiro não ter esses votos”. O candidato ainda citou que pessoas do mesmo sexo não podem gerar filhos. “Aparelho excretor não reproduz”, completou.

Na replica, Luciana Genro defendeu o casamento entre homossexuais como forma de reduzir a violência contra a população gay. Na treplica, Fidelix voltou a criticar a união homoafetiva.

“Luciana, você já imaginou ? O Brasil tem 200 milhões de habitantes, daqui a pouquinho vai reduzir para 100. Vai para a Avenida Paulista, anda lá e vê”. O presidenciável ainda disse que é preciso ter “coragem” para “enfrentar essa minoria”. Fidelix entende que os homossexuais precisam de “tratamento”, porém, devem ser “atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá”, disse.

Beijaço gay

Em resposta ao candidato Levy Fidelix, a comunidade LGBT organiza através das redes sociais um “beijaço gay” para a tarde desta terça-feira (30/9), às 17h, na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo. O evento pretende demostrar repúdio as declarações do político.