O contexto pós-traumático para o Atlético promete ser complicado. Depois de perder o jogo para o Santa Cruz e ver a vaga para a Série A escapar por entre os dedos, o Dragão precisa se reerguer, mas vê pela frente uma conta difícil de ser paga e a necessidade de planejar o ano que vem. Alguns atletas iniciaram a semana cobrando os salários atrasados, enquanto outros aguardam o contato para renovação.

O clima não é bom, e isso pôde ser constatado na manhã desta segunda-feira, menos de 48h após a partida final do time na Série B. Alguns jogadores estiveram logo pela manhã no CCT do Dragão para receber a quantia prometida na semana passada, quando foram pagos com cheques sem fundo, situação que desestabilizou o elenco. Só que, pela manhã, nenhum dirigente foi encontrado no CCT e o clima ficou conturbado.

Kayke e Wagner Carioca eram os mais alterados e exigiam o acerto nessa segunda-feira. Wagner, que foi um dos que recebeu o cheque sem-fundo, confirmou que Jonas e Willian Arão, titulares no duelo contra o Santa Cruz, também entram nessa lista, e Kayke, que já tem viagem marcada para essa terça-feira, prometeu que não deixa as dependências do clube nesta segunda-feira enquanto não receber o que tem direito.

Além dos dois, estiveram também no clube o meia Marcus Antônio, o goleiro Márcio, o volante Willian Arão e o meia Jorginho. A lista dos atletas que não tiveram os cheques descontados na semana que vem é completada por Paulo Henrique, Márcio e até mesmo Viçosa, que marcou um dos gols no duelo de sábado.

De saída

Pra piorar, o sentimento no clube é de debandada geral, até mesmo de funcionários, que também cobram os salários atrasados que tem. Pela primeira vez, Adson Batista, diretor de futebol e “faz-tudo” no clube, pode deixar o Atlético desde que assumiu, em 2006. O dirigente está desgastado após o ano conturbado e recebeu elogios vindos do maior rival, o Goiás, feitos pelo presidente Sérgio Rassi, o que o faz pensar em buscar novos ares.

“É hora de repensar, pensar muito para que o Atlético não possa apequenar, é um momento de ter muita sabedoria. A campanha foi muito boa, mas é dolorido da forma que foi, da forma como aconteceu. Temos que tirar conceitos de tudo isso, futebol não pode ser feito da forma que nós fizemos, se você quer atingir objetivos, tem que se pensar de forma diferente”