Uma vergonha. O técnico do Goiás, Artur Neto, admitiu todas as falhas que o time comete na derrota para o Crac, reconheceu a superioridade do adversário, e pediu desculpas para a torcida. Mas também fez questão de ressaltar todas as dificuldades pelas quais tem passado com um elenco restrito, principalmente no setor ofensivo, e os obstáculos para as contratações, fatos que explicam um pouco a goleada humilhante desta quarta-feira.
Ouça a entrevista na íntegra:
{mp3}stories/audio/Reportagem_Esporte/2011/JANEIRO/aertur neto site 19 11{/mp3}
” Eu garanto que estou com vergonha disso que aconteceu hoje, quero pedir desculpas pra torcida. Ela tem razão hoje de reclamar, total razão, pelo que ela viu em campo. Nós não temos que falar nada da torcida”, disse em entrevista coletiva o técnico. “Foi um time (Crac) que mostrou superioridade durante o jogo, aproveitou as oportunidades, aproveitou as falhas que nós mostramos durante o jogo. Dessa vez nós tivemos falhas no setor defensivo graves, e por isso eles ganharam o jogo com todo mérito”, complementou.
Artur acredita que a goleada desta quarta pouco influenciará no ambiente para o clássico de sábado, contra o Vila Nova. Entretanto, ele atentou para os elementos que contribuíram para que a derrota contra o Crac, e que, logicamente, podem ser problemas novamente. “Sábado é outra história. Sábado é um clássico, jogo diferente, mas nós vamos continuar com as mesmas dificuldades enquanto a gente não estiver elenco à altura, ou seja, enquanto nós não estivermos em condições de colocar uma equipe em campo com jogadores que a gente possa substituir, enquanto nós não tivermos atacantes que possam realmente resolver o problema”, reforçou.
Entrada de Valmir Lucas
Um fato curioso, e simbólico no jogo contra o leão do sul foi a entrada do zagueiro Valmir Lucas no lugar do atacante Diogo Galvão. Curioso porque o jovem entrou não para cumprir sua função de origem, na defesa, e sim para atuar no ataque. Segundo Artur, essa era a única opção viável que tinha, e já havia sido estudada e cogitada com o próprio Valmir Lucas.
“Já tínhamos conversado com o Valmir outro dia sobre isso, porque se precisasse teria que fazer isso, porque ele treina no recreativo ali na frente, faz gol inclusive. É diferente, mas é melhor colocar um jogador que pelo menos tenta fazer um gol, pelo menos luta ali na frente, quando a bola levanta, ele vai lá e briga, do que deixar passar em branco”, explicou o técnico. O comandante esmeraldino fez questão de ressaltar que não foi nenhum recado para evidenciar a carência que tem no ataque.
“Fiz apenas uma necessidade, não é recado não. Não tinha outro. Eu não podia botar um goleiro ali, eu coloquei aquele que durante os treinamentos se mostra com mais intenção de fazer gol, de jogar ali na frente, e essa que é a realidade”, reforçou Artur. De acordo com ele, a diretoria deve anunciar um atacante nos próximos dias. Nunes, ex-Vasco e Santo André, foi procurado, mas não entrou em acordo. O treinador voltou a ressaltar as dificuldades que o Goiás tem tido, principalmente financeiras, para fazer as contratações esse ano.
Chance a outros atacantes
Com a falta de atacantes no time, Artur Neto novamente foi questionado a respeito de Éverton Santos, que está treinando em separado. O técnico apenas reiterou que o atleta já teve chances, e não soube usá-las. “Se o jogador tivesse resolvido no ano passado, com certeza ele estaria aqui. Quando foi colocado a disponibilidade é porque teve uma série de oportunidades e não justificou, lamentavelmente, é um bom profissional, mas não justificou. Essa que é a grande realidade. Então eles tem que ser felizes em outro lugar. Esse é o meu pensamento”, declarou.
Sobre Diogo Galvão, que ainda não convenceu nas duas partidas que fez, Artur acha que é preciso esperar mais um pouco, mas nem tanto. “Eu esperava um pouco mais dele, e continuo esperando”, analisou. A opção por usar garotos da base também é cogitada, mas no jogo contra o Crac especificamente ela foi descartada. “Eu tinha alguns garotos no banco, mas não dava para colocá-los na situação que estava. Se for colocar alguns garotos em campo em determinados jogos você tem o risco de queimar. Até vontade você tem, mas do jeito que estava, era um pouquinho complicado”, concluiu.