Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, foi interrogado em audiência e julgamento nesta terça-feira (25) na 5ª vara criminal de Goiânia pelas mortes de Mateus Morais Pinheiro e Marcos Vinícius Lemes D’Abadia. Depois da condenação, Cadu foi diagnosticado com esquizofrenia e considerado inimputável. No entanto, um novo laudo atestou que Carlos Eduardo não indica doença mental.

De acordo com o promotor Fernando Viggiano Faria, o réu confessou apenas o crime de receptação, e negou que tenha cometido latrocínio, roubo seguido de morte, e tampouco o porte ilegal de arma. O promotor destacou que as testemunhas ouvidas foram claras e contundentes, demonstrando assim que Cadu é, de fato, o responsável por todos os crimes dos quais é acusado.

Ainda segundo o promotor, o comportamento de Cadu durante o julgamento não foi surpreendente. “Os laudos psiquiátricos já apontavam que ele é uma pessoa sarcástica, egocêntrica e gosta de ser manipulador”. Fernando ressalta que Cadu fugia às perguntas que lhe eram dirigidas, e que tentava conduzir o julgamento da maneira que lhe conviesse. “Tentou por diversas vezes conduzir o interrogatório e respondia apenas o que lhe interessava. Ele queria a todo momento acabar logo com a audiência e dar sempre um passo adiante no interrogatório”. Cadu teria pedido que o condenasse por 30 anos, pois 10, segundo ele, seria pouco.

O comportamento de Cadu, segundo o promotor, é de uma pessoa agressiva e que sabia que estava entrando, cada vez mais, para o mundo do crime. O promotor ressalta que o acusado “admitiu gostar de praticar crimes, e que demonstra ser uma pessoa inteligente e que sabia dos atos que estava praticando”.

Carlos Eduardo chegou a cursar Direito e ficou conhecido depois de ser condenado pelo homicídio do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele Raoni. A juíza Bianca Melo Cintra tem um prazo de 10 dias para proferir a sentença de Cadu.