Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, conhecido como Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e do filho dele, Raoni, foi transferido do Complexo Médico Penal, em Quatro Barras (região metropolitana de Curitiba), para uma clínica psiquiátrica em Goiânia. O pedido foi feito por sua família e autorizado pela Justiça do Paraná, com aval da Justiça de Goiás. A vaga é custeada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Na clínica, ele fica sob acompanhamento do Paili (Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator), ligado ao governo goiano.
De acordo com o Jornal Folha de São Paulo, ao solicitar a transferência, o pai dele alegou que gastava mais de R$ 5.000 mensais com passagens aéreas para visitar o filho. A publicação ressalta ainda que o promotor Haroldo Caetano da Silva, de Goiânia, declarou que os três anos não precisam ser cumpridos em regime de internação. A coordenadora do Paili, Maria Aparecida Diniz, diz que, se Nunes receber alta, poderá ir para um centro de atenção psicossocial ou para casa.
Nunes chegou a ficar preso no presídio federal de Catanduvas em 2010, quando Glauco foi morto. No ano seguinte, um laudo apontou que ele sofre de esquizofrenia. Com isso, o Cadu, deve cumprir regime de internação compulsória em um hospital psiquiátrico por três anos, com possibilidade de prorrogação. O prazo para questionar a decisão da Justiça Federal do Paraná, que considerou o assassino confesso, inimputável –ou seja, não responsável por seus atos esgotou-se em agosto de 2011.
Na História
Na madrugada de 12 de março de 2010, Cadu invadiu o sítio onde a família de Glauco e Raoni vivia, em Osasco e efetuou quatro tiros em cada uma das vítimas.
Cadu frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada por Glauco em meados dos anos 90 e que segue os rituais do Santo Daime, incluindo a ingestão do chá de ayahuasca, planta alucinógena.
O assassino se dizia um profeta e afirmava que sua missão era revelar ao mundo que seu irmão era a reencarnação de Jesus Cristo na Terra, motivo pelo qual foi à casa da família de Glauco naquela noite e acabou atirando no cartunista e no filho dele.