Os aliados da presidenta Dilma Rousseff em Goiás rebatem as declarações dadas pelo governador Marconi Perillo na última quarta-feira, de que espera que não haja interferência política nas negociações com o governo federal para salvar a Celg.
O assunto foi retomado pelo tucano durante entrevista coletiva quando falou sobre os recentes apagões ocorridos em algumas cidades do Estado. Na ocasião, Marconi disse que terá uma audiência com ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, no dia 13 de outubro, e que tem boas expectativas quanto à negociação.
“Espero que seja resolvido rápido e de forma sensata e que nenhuma força possa atuar contra os interesses do Estado. É um assunto técnico e não pode, de forma alguma, se tornar político”, disse.
Gestão compartilhada
O presidente do PT de Goiás, Valdi Camárcio, também compartilha da mesma expectativa. Na avaliação dele, o acordo está emperrado porque o governo do Estado e a direção da Celg não aceitam compartilhar a gestão da empresa com a Eletrobrás.
“Também espero que não haja interferência política. O governo federal está abeto a ajudar, mas é preciso que o governador entenda que a Eletrobrás não vai jogar R$ 7 bilhões sem se preocupar com a gestão. Como vai se entregar esse recurso sem ter nenhum controle da gestão?”, questionou.
Valdi lembra que a base da presidente Dilma em Goiás tem interferido de forma favorável para que negociação tenha êxito junto ao governo federal. “O que nós queremos é encontrar um caminho e a dificuldade está do lado do governo do Estado e da CELG”, complementou
Acordo inviabilizado
Um dos integrantes da bancada goiana no Congresso Nacional, o deputado Sandro Mabel, do PR¸ironiza as declarações do governador Marconi Perillo. Mabel diz que vê avanço nas palavras do tucano e lembra que a interferência existente na negociação ocorreu no ano passado, quando a equipe de transição de Marconi enviou comunicado à presidência da Caixa ameaçando não cumprir com o acordo costurado pelo governo anterior.
“O governador cresce no seu pensamento porque as forças políticas que atuaram no ano passado foram muito ruins pra CELG. Eu também faço votos que ninguém atue contra como atuou e que possamos estar todos unidos para salvar essa companhia”, concluiu.