(Foto: Reprodução / Internet)

O Atlas da Violência 2019, divulgado nesta quarta-feira (5), revelou que a taxa de homicídio de mulheres cresceu acima da média nacional em 2017. A taxa geral de assassinatos no país aumentou 4,2% na comparação de 2017 com 2016. Já a taxa de mortes só de mulheres cresceu 5,4%.

Dezessete Estados registraram aumento de mortes de mulheres, Goiás entre eles. Aqui a taxa média homicídios de assassinadas é bem alta: 7,6 por cada grupo de 100 mil habitantes. O Atlas da Violência é feito pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e mostra que em 2017 foram assassinadas 65.602 pessoas em todo o país.

Em 28,5% dos homicídios de mulheres, as mortes foram dentro de casa, o que o Ipea relaciona a possíveis casos de feminicídio e violência doméstica. Entre 2012 e 2017, o instituto aponta que a taxa de homicídios de mulheres fora da residência caiu 3,3%, enquanto a dos crimes cometidos dentro das residências aumentou 17,1%. Já entre 2007 e 2017, destaca-se ainda a taxa de homicídios de mulheres por arma de fogo dentro das residências que aumentou em 29,8%.

O Ipea mostra ainda que a taxa de homicídios de mulheres negras é maior e aumenta mais que a das mulheres não negras. Entre 2007 e 2017, a taxa para as negras cresceu 29,9%, enquanto a das não negras aumentou 1,6%. Com essa variação, a taxa de homicídios de mulheres negras chegou a 5,6 para cada 100 mil, enquanto a de mulheres não negras terminou 2017 em 3,2 por 100 mil.

Em entrevista à Sagres 730 nesta quinta-feira (6), a coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher da Defensoria Pública de Goiás, Gabriela Hamdan, atribui o alto número de assassinato de mulheres em Goiás à cultura machista “arraigada no Estado’.

Para ela, é necessário desconstruir essa cultura machista por meio da educação nas escolas e nas famílias. Por isso a Defensoria Pública promove ações em escolas de educação em direito e de orientação contra o assédio. A defensora pública observa que no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica ela percebe que o uso de álcool potencializa a agressividade.

Entretanto, ela acredita que a polarização atual da sociedade brasileira contribui para aumento da violência, como detectado pelo Atlas de 2019. “O homem está mais violento. Existe o incentivo ao uso da arma, com desconstrução da cultura pela paz e a sociedade torna-se mais intolerante”.

Taxa geral

O Atlas da Violência 2019 informa que 65.602 pessoas foram assassinadas no Brasil em 2017. Isso representa um aumento de 4,2% em relação ao ano anterior e representa uma média de 31,6 assassinados para cada 100 mil habitantes. Os homicídios caíram em Goiás, mas a letalidade aqui continua acima da média nacional.

Foram assassinadas no Estado 2.901 pessoas, uma queda de 5,6% em relação a 2016. No entanto, a taxa de homicídios ainda está em 42,8 para 100 mil habitantes. Em 2016 foi de 45,8/100 mil.

A íntegra do Atlas da Violência 2019

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