A Fundação Perseu Abramo realizou uma pesquisa em parceria com Serviço Social do Comércio (SESC) e mostrou que um em cada quatro homens, ou seja, 25% sabem de algum parente próximo que já bateu na mulher ou namorada. 48%, quase metade dos pesquisados, afirmam ter amigo ou conhecido que agride a esposa.

Apenas 8% dos denunciados por agressão assumem os atos, e a maioria condena este tipo de comportamento em qualquer situação.

A delegada adjunta da Delegacia da Mulher, Ana Cláudia Rodrigues Stoffel, explica que o problema da violência doméstica é conhecido e deve ser combatido pelas autoridades, mas também pela população.

“Violência doméstica tem índices altos, e vem sendo trabalhado por toda a mídia e estatísticas. É a necessidade de toda participação da sociedade para que se resolva este problema, já que isso acontece dentro dos lares, e é muito difícil a intervenção de autoridades e a participação da sociedade”, explica.

Entre os homens que assumiram atos de violência contra a mulher ou namorada, 14% acreditam que agiram corretamente, e 15% disseram que repetiriam a agressão. A delegada Ana Cláudia explica que muitos fatores devem ser analisados para evitar brigas e agressões conjugais.

“Temos que analisar que a violência doméstica tem várias causas, e cada motivo se desenvolve numa certa corrente, que às vezes pode ser o uso de drogas, o alcoolismo, ou então o ciúmes”, alega.

A Pesquisa da Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC ouviu 2.365 mulheres e 1.181 homens, com idade acima de 15 anos, em 25 estados brasileiros.

Entre as mulheres entrevistadas, 13% disseram ter recebido ameaças, e 10% disseram que já foram espancadas.

A delegada Ana Cláudia afirmou que mais casos chegam à Delegacia da Mulher, mas não há como saber quantas mulheres não fazem denúncias e sofrem caladas.

“Hoje as mulheres procuram muito mais a Delegacia de Polícia, antes mesmo de uma agressão física, o que já é um motivo para fazer com que elas nos procurem”, ressalta.

Vítimas e pessoas que testemunhem a violência e agressões às mulheres podem fazer a denúncia anônima por meio do tele fone gratuito 197.

A Delegacia também presta serviço psicológico à vítima, que tem sempre a identidade preservada.