A criminalidade cresce em toda cidade e o fato é que os agentes dos crimes estão cada vez mais jovens. Na sexta-feira, 27, três menores foram apreendidos com armas de fogo no Setor Bueno. De acordo com a Polícia Militar, os três são suspeitos de praticar roubos de veículos na capital.

A apreensão vai compor uma estatística preocupante. Segundo a Polícia Civil, em todo ano de 2012 foram registrados 1.870 casos de menores infratores.  Só nos primeiros seis meses deste ano, o número chegou a 1.108. Uma situação que se repete em todo país, segundo levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que apontou um crescimento de 7% nos atos infracionais cometidos por menores de 18 anos no ano passado em relação ao ano anterior.

O estudo aponta também que as crianças e adolescentes passaram a cometer delitos mais graves.  Um dos casos emblemáticos desse quadro é o da adolescente de 17 anos que confessou ter assassinado a facadas a estudante Bianca Mantelle Pazinatto, de 18 anos, em Jataí. O crime aconteceu em julho deste ano.  

Alguns fatores explicam o maior envolvimento de menores no crime. O primeiro é a desestruturação da unidade familiar. Não todos, mas a maioria dos menores que cometem crimes são filhos de pais alcoólatras ou viciados em droga, que sequer conseguem reconhecer a gravidade do delito cometido pelo filho; de pais ausentes, que trabalham fora o dia todo e não acompanham o crescimento do filho, ou de pais violentos.  Eles reproduzem na rua a situação que vivem em casa.

Outro fator da criminalidade juvenil é a droga. Muitos menores são inseridos no mundo do crime por traficantes que trocam crack e maconha por pequenos serviços. Iniciados na prática do roubo e do tráfico, eles passam cometer crimes por conta própria.

O aumento da criminalidade entre jovens estimula uma discussão polêmica no país, a redução da maioridade penal, uma vez que apenas os maiores de 18 anos estão sujeitos às penas da lei.  Os que são contra a medida, que colocaria na prisão menores de 16 anos e até de 14 anos, argumentam que a redução estimularia a entrada no crime da faixa etária anterior. Os que são a favor da medida defendem que esses jovens e adolescentes têm consciência do crime que praticam.

Resta saber se os fatores que conduziram esses jovens ao crime serão alterados porque colocar mais gente na cadeia não reduz a criminalidade, só a sensação de impunidade. O problema está na proteção desses jovens desde o berço e na educação. O resto é medida paliativa.