A cidade ficou mais uma vez sem prefeito e o fato acabou sendo ruim. Quando Paulo Garcia anunciou sua sétima viagem internacional, o vice, Agenor Mariano, aproveitou para dizer que o substituiria em todas as prerrogativas. No início, imaginava-se uma mudança de práticas, ainda que se tratasse de um microminimandato-tampão de uma semana. Pensava-se que Paulo Garcia não fizesse falta e hoje se conclui que o titular deixou saudades.

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Como interino, Agenor viu Goiânia ser tomada de vez pela poluição visual. Não se presenciou uma única ação do prefeito-tampico impedindo as placas luminosas. Aliás, ao contrário, elas se espalharam com mais vigor ainda. Os outdoors imensos, funcionando com telas de TVs gigantescas, estão nas principais avenidas. Atrapalham o já caótico trânsito. Provocam estresse numa população já cansada. Clareiam a noite da vizinhança, impedindo-a de dormir. Essas foram as obras de Agenor Mariano na curta temporada como prefeito. Se queria marcar sua passagem pelo cargo, Agenor conseguiu: é o melhor prefeito que os poluidores já tiveram e o pior inimigo do visual de Goiânia.

A sensação não é nova. A cada prefeito, renasce a esperança de aparecer alguém que limpe o visual da cidade. A esperança é proporcional à decepção. O descalabro começou com Daniel Antônio, também de rápida e conturbada passagem pela cadeira, se manteve com os prefeitos seguintes, titulares ou não: Joaquim Roriz, Nion Albernaz, Darci Accorsi, Pedro Wilson, Iris Rezende e Paulo Garcia.

Não se trata de ser contra o segmento de publicidade externa. Nada disso. O assunto é o fim do horizonte para quem transita por Goiânia. Na frente de pedestres e motoristas, só placa, as diferentes placas, as mais luminosas placas, as muito lucrativas placas.

Goiânia parou em função do excesso de placas. Tomara que Paulo Garcia tenha trazido do Panamá as rédeas da administração. Até sua saída e durante a interinidade de Agenor Mariano, quem mandou foram as máfias.