Lincoln, Otávio e Tuíra (Foto: Manoel Filho)

O Estádio Serra Dourada receberá hoje uma importante partida entre Goiás e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro da Série A, com expectativa de casa cheia para o maior público do ano em Goiânia. Motivado por uma visita ilustre à cidade, o clube esmeraldino preparou uma homenagem aos artilheiros da primeira partida na história do estádio.

Em 9 de março de 1975, a seleção goiana e a seleção portuguesa participaram da inauguração do Serra Dourada. Na ocasião, Octávio abriu o placar para Portugal aos 4 minutos do primeiro tempo, enquanto Lincoln empatou para os anfitriões aos 26 da etapa inicial e Tuíra marcou o gol da virada já aos 37 do segundo tempo.

A seleção goiana, treinada por Paulo Gonçalves, reuniu o goleiro Nilson, Lúcio Frasson, Macalé, Alexandre Neto e Lula na defesa, Matinha e Piorra Mendonça no meio-campo, Fernandinho, Lincoln, Paghetti e Raimundinho no ataque, enquanto Lucinho e Tuíra entraram na etapa final.

Presidente do Conselho Deliberativo do Goiás, Hailé Pinheiro recebeu na sede do clube o atacante Lincoln e o meia Tuíra, que vestiram a camisa esmeraldina, além do meia português Octávio. “Estamos aproveitando esse momento que o Flamengo está aqui, o Octávio é amigo do Jorge Jesus, para prestar homenagear pela parte que eles fizeram na história do futebol goiano”, ressalta o dirigente.

O ex-meia Tuíra recorda que o jogo era contra a “seleção principal de Portugal e a nossa era a seleção goiana, ou seja, completamente inferior tecnicamente. Foi um jogo duro para nós, tanto que eles saíram na frente. Não éramos tão acostumados com o Serra Dourada, as dimensões eram estranhas para nós, os portugueses adaptaram rapidamente e saíram na frente. Mas em Goiás tinha alguns jogadores que realmente eram acostumados com decisões e jogos brilhantes, então fomos para cima”.

Lincoln conta que o jogo “foi uma coisa marcante e hoje estamos aqui relembrando. É um prazer muito grande estar participando desse evento”. O ex-atacante destaca que “foi uma grande surpresa para mim a presença do Octávio, que foi um ícone do futebol português. Quando joguei no Belenenses, tive a oportunidade de jogar contra ele e vi o prestígio que tinha lá, e lembrei que foi o autor do primeiro gol da inauguração do Serra Dourada”.

Já o português Octávio afirma que “é uma felicidade estar 44 anos depois aqui, estarmos vivos e com saúde para poder voltar a um lugar onde fomos felizes e ficamos na história. Fiquei na história do Serra Dourada por marcar o primeiro gol em um grande estádio e uma grande obra, um invento de extraordinária importância social e política na época, com uma torcida vibrante e é algo que me deixa extraordinariamente feliz”.

De volta à Goiânia pela primeira vez desde o jogo em 1975, o ex-meia relata que “circunstâncias e coincidências me fizeram que estivesse aqui: um amigo que fez o convite, o fato de ser o local onde fui feliz e também a coincidência do Flamengo jogar contra o Goiás hoje”. Grande amigo de Jorge Jesus, atualmente treinador do rubro-negro carioca, Octávio fala com muito da carinho da sua relação com o adversário esmeraldino.

“A minha relação não é só de amizade, mas também profissional. Fui colega dele como jogador no Vitória de Setúbal, fomos adversários como treinadores e depois ele me convidou para ser diretor esportivo no projeto que teve no Sporting. Portanto, não é uma coisa circunstancial, é uma amizade que foi se reforçando no trabalho e principalmente nas horas menos boas, onde se vê a amizade e o respeito, e eu tenho de fato tenho pelo Jorge, porque ele merece. Começou de baixo e chegou ao topo”, frisa.