A cidade estremeceu com a divulgação de malfeitorias no TCE e o fato em nada abalou as autoridades. A reportagem saiu com exclusividade na Rede Clube de Comunicação. Apesar da seriedade da denúncia, o Ministério Público não emitiu parecer. O Poder Judiciário não se sentiu atingido. O Legislativo não esboçou reação, até por já estar morto e enterrado pela sequência de escândalos na gestão de Helder Valin.

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No entanto, há uma novidade: a população não se cansou de ir às ruas e a nova visita talvez seja ao Tribunal de Contas do Estado. Pode ser à sede atual, que ajuda a transformar a Praça Cívica numa central de recolhimento de lixo. Pode ser à nova sede, que está engolindo quase 50 milhões de reais. Cinquenta são os milhões necessários para o governador Marconi Perillo cumprir seus compromissos com os profissionais da Educação. O novo prédio do TCE está sendo erguido em mais de 22 mil metros de área construída. Não está sendo feita em Goiás nenhuma creche ou escola com esse tamanho todo. Pouco mais de 50 milhões está custando o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, o Hugo da Região Noroeste. Ou seja, o dinheiro das creches, das escolas, dos professores e da saúde é troco para construir palacete para os conselheiros e seus parentes.

Ressalte-se que o tribunal de contas é essa pouca-vergonha há décadas. Aquilo nunca prestou para nada, jamais cumpriu seu papel legal e não vale 1 milionésimo do que custa. O TCE se tornou um depósito de resíduos sólidos e ali tudo o que é sólido se desmancha na dinheirama. Em teoria, as cortes de contas ajudariam o Poder Legislativo a dar transparência aos atos do Executivo. Na prática, os tribunais de contas se juntam à Assembleia e ao Executivo para toda sorte de irregularidades. Gerações inteiras de aspones enriqueceram nos cofres do TCE. Tem família que embolsa 200 mil reais por mês, algumas há mais de 30 anos.

Em vez de construir palácio para o TCE, melhor seria extingui-lo, demolir a sede já existente e destinar o novo prédio para o Museu da Corrupção. O problema é que, em 22 mil metros quadrados só caberiam homenagens à história do TCE e da Assembleia se as fotos dos malandros forem em 3×4.

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