No inverno, seu nariz, olhos e garganta sentem os reflexos do tempo seco de Goiás. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível ideal de umidade do ar para o organismo humano gira entre 40% e 70%. Quando a taxa cai para 30% é considerada uma situação de alerta e prejuízos para a saúde se tornam mais evidentes.

A médica pneumologista do Grupo América, Marília Uehara, explica os riscos da baixa umidade relativa do ar, que pode potencializar doenças respiratórias. “Na época seca, a umidade é mais baixa, consequentemente os poluentes do ar vão aumentar, chegando a 50%. E isso piora a qualidade do ar inalado, menos hidratado nas nossas vias aéreas, causando inflamação. Geralmente, ele pode potencializar em pacientes alérgicos e, até gerar doenças em pacientes que não são alérgicos, como: rinite, sinusite e bronquite”, afirma.

O Ministério da Saúde, também, explica que a baixa umidade afeta diretamente nossa hidratação e dificulta todo o funcionamento do nosso organismo, uma vez que a água é fundamental para todas as células do organismo, regula nossa temperatura e funcionamento dos órgãos, elimina toxinas, transporta nutrientes e lubrifica as mucosas.

Além disso, a baixa umidade favorece a propagação de vírus e bactérias, que sobrevivem melhor nessa condição. Portanto, é preciso ficar alerta com epidemias de gripes e resfriados. Com o novo coronavírus (Covid-19), essa baixa pode ser ainda mais agressiva, podendo ser facilmente confundida com os sintomas no novo vírus.

“A covid-19 pode ser um fator confundidor, porque são sintomas parecidos e isso pode confundir o diagnóstico, em relação de saber se realmente é um sintoma alérgico, sintoma respiratório, obstrução nasal, lacrimejamento, coriza ou se é um sintoma especifico da Covid-19. Em relação ao agravamento, não tem esse agravamento do quadro da Covid-19, porque já é uma síndrome gripal, só que tem esse fator confundidor dos diagnósticos. E nessa confusão, acaba se tratando do paciente de forma inadequada”, ressalta a pneumologista.

Por isso, se torna importante desvendar como esse período funciona e saber o que fazer para proteger a saúde, melhorar a qualidade de vida especialmente nos períodos em que a umidade do ar está baixa.

“A gente tem que ter uma hidratação adequada, aproximadamente de 2 a 3 litros por dia; manter a casa arejada, com as portas e janelas abertas; limpar a casa sempre com um pano úmido para não está levando poeira, se tiver a possibilidade de deixar a casa ensolarada, também é bom; evitar excesso de cortinas, carpetes e tapetes que junta muito pó; e deixar vasilhas ou baldes de água na casa, para melhorar a umidificação do ar ou fazer o uso do umidificador. Sempre preferir uma alimentação mais leve, mais saudável, evitar excesso de sal e açúcar”, recomenda a médica pneumologista do Grupo América, Marília Uehara.

Matheus Pessoa é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Faculdade Araguaia sob supervisão do jornalista Johann Germano