* Com informações do repórter Rubens Salomão

A base do governador Marconi Perillo (PSDB) na Assembleia Legislativa busca destruir politica e tecnicamente o pedido de impeachment apresentado pelo deputado Major Araújo (PRP). Além de antecipar votação contra no plenário da Casa, os aliados deixaram claro que buscam desqualificar o documento tecnicamente. Para que a admissibilidade seja votada em plenário, o presidente da Casa, Hélio de Sousa (PSDB), precisa antes aceitar o pedido.

A denúncia tem 20 páginas e faz um apanhado de decisões judiciais contra o governador. No entanto, o foco é o apontamento de supostas “pedaladas fiscais”, citadas pelo procurador de contas do TCE, Fernando Carneiro, e comparadas com o processo contra a presidente Dilma Rousseff (PT). “O embasamento legal está na Constituição do Estado, na lei do Impeachment e no regimento da Casa. Os motivos são as pedaladas, que segundo o procurador do Tribunal de Contas do Estado, são mais graves que as praticadas pela presidente Dilma. E também, a ingerência do governador nos tribunal. O governador pratica ingerência diretamente com o conselheiro Edson Ferrari,” explica o autor do pedido.

No entanto, o pedido do deputado Major Araújo foi apresentado de forma isolada e ele próprio afirma que ainda buscará o apoio de outros parlamentares de oposição.

O líder do PMDB, José Nelto, desconversa sobre o documento apresentado e afirma que ainda busca juristas de São Paulo para avaliar a viabilidade de uma denúncia própria do PMDB. “É um direito de qualquer parlamentar ou cidadão apresentar um pedido de Impeachment. Nós do PMDB, juntamente com o PT, estamos trabalhando e estudando o caso. Tem uma banca de advogados em São Paulo estudando as pedaladas. Eles vão apresentar um estudo para as bancadas do PMDB e PT. Depois deste levantamento, se for comprovado os crimes de responsabilidade, nós apresentamos o pedido de Impeachment,” avisa.

A principal acusação de Major Araújo é de que teria havido “alavancagem financeira da ordem de R$ 1,492 bilhão em 2014”. O líder da base governista, José Vitti (PSDB), garante que a base aliada está tranquila e que vai desqualificar o pedido com argumentos técnicos e jurídicos. “Nós estamos tranquilo em relação a votação se tiver que ir para plenário. Nós temos ampla maioria. Ele está usando uma peça semelhante a que teve no Congresso Nacional. Ele está querendo ganhar cinco minutos de fama. Se for para o plenário, nós vamos debater, e não tenho dúvida, de que será arquivado. Nós não vemos embasamento técnico ou jurídico para esse pedido, que na minha visão, é totalmente descabido,” avalia.

José Vitti ainda afirma que a intenção é que o pedido de impeachment contra o governador Marconi Perillo seja barrado ainda na presidência da Assembleia, sem a necessidade de votação em plenário.