Assim que as competições esportivas foram paralisadas por conta da pandemia do coronavírus, o Atlético suspendeu também as atividades da sua categoria de base. Os muitos atletas que são de fora do estado e moravam no alojamento localizado no Estádio Antônio Accioly foram liberados para retornarem para suas cidades.
Como ainda não há previsão para que os treinos recomecem e para que os campeonatos se iniciem, o rubro-negro investe na tecnologia para manter o contato com os atletas e deixá-los ainda integrados aos clubes de alguma forma.
“Já é uma vertente do Atlético fazer a introdução da tecnologia, adotando algumas formas de abordagem ao atleta e melhoramento do currículo profissional dos profissionais da base. Está sendo um momento em que estamos utilizando muito mais a tecnologia a nosso favor com videoaula e cursos online. Usamos essa plataforma tecnológica tanto para os atletas quanto para a comissão técnica”, explicou o supervisor da base atleticana Ricardo Botelho à Sagres 730.
Segundo ele, o principal fator que aflige os jogadores é a ansiedade. Por isso o clube promove com frequência transmissões online no perfil do Instagram com profissionais do Dragão e outras equipes do futebol brasileiro, buscando se aproximar com os jovens neste período. Nesse contexto, é essencial o papel da psicóloga Patrícia José de Oliveira.
“A maior dificuldade que vemos do atleta de base em relação ao profissional é que eles ainda não estão prontos para trabalhar a questão da ansiedade. Todos estão doidos para o retorno do treino. Por isso é uma questão que estamos trabalhando junto com a nossa psicóloga para tentar minimizar o impacto. Dar atividades, conversar, lives que estamos promovendo no perfil Dragão Base são formas que encontramos para diminuir essa ansiedade e ter um contato maior com os atletas”.
Ricardo comentou também que o impacto será muito grande se não houver condições de se realizar competições de base em 2020. Todavia, mesmo sem uma expectativa de retomada dos torneios, o Atlético planeja mês por mês.
“A perda é muito grande. Até porque a categoria de base é uma construção diária, de planejamento e evolução. Então nesse sentido é um impacto muito negativo para o futebol nacional e no Atlético seria da mesma forma. No entanto a gente não pensa assim (não vai ter competição). Nós fazemos um balanço e uma análise a cada mês na expectativa de poder voltar o mais rápido possível, como o profissional”, analisou.
Por fim o supervisor também ressaltou a preocupação dos profissionais responsáveis pelas categorias de base com a situação financeira de cada atleta. Ele revelou que o clube mantém contato e acompanha, de longe, como os 140 jogadores estão passando por este período.
“Nós também estamos fazendo esse acompanhamento e mantemos o contato com os pais para sabermos as dificuldades individuais de cada um. A gente sabe que algumas família tem o poder aquisitivo maior, outras menor. Então mantemos uma conversa com os familiares, com os atletas, para podermos minimizar esse impacto e assim que as atividades voltarem, termos atletas com facilidade para superar todas as dificuldades momentâneas que estamos passando”, revelou Ricardo Botelho.