Ontem na produção do 730 Esporte Clube, a cada gol que os plantões informavam no Pacaembu a surpresa era geral. Como o Atlético-GO estava perdendo por 3 a 0 para o Corinthians em apenas 45 minutos. Um sentimento existente em nossa imprensa após a partida e no início desta semana. Foi uma noite negra, sem inspiração e de total soberania do Corinthians que forçou no primeiro tempo e administrou no segundo. E por isso, o crescimento da equipe e o reconhecimento do técnico Hélio dos Anjos. Como vivemos um período de quedas de energia em nossa capital, vou trazer para o futebol e vou acreditar que houve um blackout ontem no Pacaembu. Apagão geral de todos os setores da equipe. Sem deixar de destacar o mérito do “agente” Corinthians que cortou a energia rubronegra.

Eu concordo com o comandante atleticano. O passe foi péssimo, a marcação foi por telefone e o fato que mais foi dito na entrevista coletiva antes do jogo pelo treinador não foi assimilado. Sem a presença de um atacante de referência, William e Jorge Henrique flutuaram nos espaços entre os zagueiros e laterais. Danilo e Alex que tinham a função de ser os homens de finalização no esquema do Tite. E assim foi feito durante praticamente todo o jogo. A entrada de Adriano amenizou um pouco no último terço do jogo por causa da condição “slow motion” do imperador.

O resultado, fora de casa e diante de um dos líderes, é normalíssimo. A atuação foi completamente anormal pela regularidade apresentada nos últimos doze jogos na Série A. O que mais me chamou a atenção foi a entrevista do Tite após o jogo.

Ele disse que sabiam exatamente como ia se posicionar o Atlético nesta partida. Onde os jogadores estariam, previram as funções de cada atleta no esquema e conseguiram neutralizar o time goiano em suas principais armas.

Determinação, vontade, comprometimento, superação são elementos fortes no grupo do Atlético neste Campeonato Brasileiro. Para sair da marcação de ontem, o time precisaria de um algo a mais, de uma criatividade que não foi apresentada. Mas, a tendência, é que nos próximos dez jogos, a situação seja semelhante. Tomara que o Atlético se encontre e encontre uma maneira de surpreender…

VILA NOVA

Além do jogo do Atlético e o complemento da rodada do Brasileirão, o quê foi destaque nos noticiários: a demissão do técnico Leonardo Souza. Com sinceridade, ontem, quando o Juliano Moreira trouxe a informação eu fiquei indignado. Que planejamento é esse que dura 20 dias? Que sequência é essa que a cada derrota o treinador já é ameaçado ou demitido? Que futuro nós podemos imaginar para um time que muda de idéia, de filosofia a cada rodada e muda dependendo do jeito que bate o vento.

Não dá para levar a sério uma equipe que muda sete vezes de treinador durante oito meses. Neste ano foram: Hélio dos Anjos, Antônio Carlos, Edmar Vasconcelos, Heron Ferreira,  Hélio dos Anjos, Artur Neto, Leonardo Souza e Roberto Cavalo.

Leonardo Souza deixou claro insatisfação após ser comunicado da demissão por Wilson Balzachi. O ex-treinador se esquivou ao ser questionado se foi traído, mas deixou escapar que foi iludido com um projeto e um contrato até o final do Goianão 2012.

Enquanto isso, a diretoria não atendia telefonemas. Mas Roberto Cavalo ontem confirmou que era o novo treinador, que estava chegando na tarde desta segunda-feira e que tinha sido tudo acertado com o presidente Geso Oliveira. O impressionante é como o Vila Nova exagera no direito de errar. Diante de tanta instabilidade, não dá para acreditar em uma segurança para permanecer na Série B. Se ficar será algo semelhante ao trabalho do Fluminense para escapar do rebaixamento em 2008.