A notícia que só explodiu nesta quarta-feira (17) à noite, antes do jogo contra o Fluminense, pela Copa do Brasil, de uma possível saída do atacante Renato Kayzer do Atlético, estava apenas amoitada, mas já tem um tempo.

Há dois meses o Atlético foi informado que os procuradores do jogador aproveitaram a boa fase dele no Campeonato Goiano e estavam tentando colocar o atleta em outro Clube. A primeira especulação foi o Santos, onde inclusive a família do jogador mora. Mas o Santos tem problemas jurídicos que o impedem de negociar na bolsa do futebol, até que seja resolvido.

Naquele momento o Atlético agiu e tentou adquirir os direitos do jogador, junto ao Cruzeiro, em definitivo, mas os procuradores travaram as negociações, alegando que havia tempo para o negócio ser feito com mais calma, pois o contrato com o Atlético iria até o final do ano e o time goiano tinha a prioridade para a compra.

Foi de uma vez que na segunda-feira (14) desta semana, o Cruzeiro notificou o Atlético que tinha a proposta do Athletico Paranaense, no valor de R$ 5 milhões pelo jogador e deu ao Atlético-GO 24 horas para exercer seu direito de prioridade.

O que o Cruzeiro não sabia é que o departamento jurídico do Atlético, através do advogado Paulo Henrique Pinheiro, já estava com as tratativas contratuais do empréstimo e nelas não está prevista esta questão de tempo para o exercício do privilégio. Só por isto foi possível a presença de Kayzer no jogo diante do Fluminense.

Para o Atlético, Renato Kayzer está estipulado em R$ 3,1 milhões. A diferença da proposta feita pelo xará paranaense é de R$ 1,8 milhão. É natural que o Cruzeiro prefira vender o jogador para o time do Paraná e por isto houve a tentativa de pressão pela liberação do jogador.

É natural que os procuradores do jogador, que ganham comissão nas negociações, também queiram o negócio pelo valor mais alto, que sobe o montante da comissão.

O Atlético quer exercer seu direito de prioridade e, de acordo com a diretoria atleticana, o contrato de empréstimo assegura ao Dragão este privilégio. O que está pegando é o interesse do jogador, que está pressionado. De um lado os procuradores, forçando para ele ir para o Paraná o mais rápido possível, e do outro o Atlético tentando segurar.

O presidente Adson Batista afirmou para a repórter Nathália Freitas, no Sistema Sagres de Comunicação, que o Dragão fez uma proposta financeira irrecusável para Renato Kayzer, mas mesmo assim o jogador não se decidiu ainda.

Rege a lei que para a aquisição de um jogador com valor dos direitos econômicos previamente estipulado, o clube comprador precisa de fechar o contrato com o atleta e apresentar o documento na CBF.

De posse do contrato a CBF autoriza o pagamento do valor estipulado ao clube de origem e registra o novo contrato, mudando de dono os direitos econômicos do jogador.

Ou seja, se o acerto com o jogador não estiver comprovado na assinatura do contrato, não tem como receber da CBF a autorização para efetivar o pagamento e ter a regularização do negócio. Daí estar nas mãos de Renato Kayzer seu destino: fica no Atlético goiano, ou vai para o paranaense.

Em termos de ganhos pessoais, para Kayzer não existem grandes diferenças. O modo de pagamento parece que difere, mas no final os valores são semelhantes. O que está pegando é a vitrine. O clube paranaense está na Série A do Brasileiro e disputa ainda a Libertadores da América, uma competição continental, com grande visibilidade internacional e o goiano também disputa a Série A do Brasileiro e Copa do Brasil.

A situação é esta. Aqueles que estão acusando o Atlético de não ter ousadia para investir no jogador estão equivocados. O Atlético quer e está com os recursos para pagar o Cruzeiro que nada pode fazer se Kayzer assinar o contrato.

O jogador voltou do Rio de Janeiro com a delegação. Não se afastou do Atlético, mas até o momento do fechamento deste comentário, não havia decidido se fica ou vai.

Se for, vai deixar o Atlético em situação difícil, pois o clube não tem no seu elenco um substituto e, atualmente, no mercado do futebol brasileiro também não.