O assunto do momento no mundo do futebol é a negociação milionária entre o Barcelona e a Juventus, tendo como mercadoria os direitos federativos e econômicos do meio-campista Arthur, jogador que teve o início da sua formação na base do Goiás. Há muita especulação sobre o valor da transação, mas o SKY Sport, que foi quem abordou primeiro a pauta, sustenta que a Juventus vai pagar nada menos do que 80 milhões de euros, que na cotação de hoje resulta em R$ 467,8 milhões.

Arthur passou pela base do Goiás entre os 12 e 14 anos de idade. Depois foi para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e de lá para o Barcelona. Tem sido convocado pelo técnico Tite, para a Seleção Brasileira, mesmo não tendo se firmado como titular no galático time de Lionel Messi. Justamente por não ter conseguido uma vaga no time titular é que Arthur foi parar na bolsa de negociação da Europa.

A lei determina que em todas as negociações de jogadores de futebol profissional, os clubes que participaram da formação do atleta, tenham percentuais a receber, sobre o valor da transação. Neste caso, os dois anos passados pelo Arthur, pela base do Goiás, asseguram ao time goiano 0,75% do montante pago pelo jogador. Em reais, o valor na cotação atual atinge a marca de 3,7 milhões.

O Goiás mantém uma das mais confortáveis casas de acomodação para o atleta em formação. Amola, colchões apropriados para atleta, quarto climatizado, cozinha supervisionada por nutricionistas e revisões médicas frequentes para um perfeito desenvolvimento físico e emocional do jovem talento. No campo, em todas as categorias, existem preparadores físicos, fisioterapeutas e técnicos buscados no mercado por ter se destacado, ou formados no próprio Clube, com competência para aprimorar o talento dos garotos. O Goiás ainda mantém olheiros por diversas regiões do Brasil, para observação de atletas para recompor o elenco: onde é encontrado um menino com potencial, vai um emissário do Goiás negociar com os pais, para trazê-lo para sua base. É um trabalho totalmente profissional e que, naturalmente, exige investimento alto.

Não é nova a afirmação que na base bem estruturada está a principal fonte de renda de um clube de futebol. Todo mundo conhece esta verdade e ninguém a questiona, só que poucos a praticam e o Goiás está entre estes poucos, ensinado para os outros e ganhando muito dinheiro. Em quase todos os anos o esmeraldino tem um bom jogador formado na casa para vender.

Apenas para lembrar alguns jogadores que o Goiás formou e faturou alto com negociações, cito os nomes de Wellington Pitbull, Rafael Tolói, Thiago Mendes, Erick, Michael (que encontrou com idade de base, lá no Goianésia, depois de ter sido esnobado pelo Goiânia e Vila Nova, onde esteve após ter sido descoberto jogando na periferia de Goiânia, em campos de terra) e por último o meio-campo Léo Sena. São muitos jogadores e naturalmente são muitos milhões também. Resultado justo de um trabalho sério, profissional e bem planejado. Tomara que Atlético, Vila Nova, Goiânia e as equipes do interior de Goiás se espelhem no exemplo do Goiás e passem a levar a base mais a sério. Está provado que é ali que o clube tem sua mina de pedras preciosas de alto valor.