O Vila Nova saiu de campo frustrando o torcedor após mais um empate jogando no estádio Serra Dourada pela Série C do Campeonato Brasileiro. Desta vez, foi o Duque de Caxias-RJ que jogou como se estivesse diante dos seus mais de cem torcedores. Dominou território, assumiu o comando dos espaços, administrou o calor e fez com que o Vila finalizasse apenas uma vez em 25 minutos de jogo. Do banco todos gritavam “apareçam para o jogo”, “alcem a bola na área” e por aí vai… e por aí se foi mais dois pontos. A imagem do jogo foi a irritação do Robston após o apito final “chutando”o vento na expectativa de dar um bico na incompetência. Por sorte, o time permanece em terceiro na classificação. No entanto, acumula mais um “se” para as lamentações no final do ano.
Heriberto da Cunha treinou algumas formações ao longo da semana: Breno/Marco Aurélio, Breno/Gustavo ou só Marco Aurélio na frente. Nenhuma delas foi a campo: Gustavo e Marco Aurélio foram os titulares. No sábado, treinou exclusivamente bolas paradas no CT Toca do Tigre. Nas defensivas, Osmar trabalhou no lugar do Alisson e HC foi coerente. Nas ofensivas, ele treinou com Breno e Marco Aurélio – Gustavinho ficou batendo bola com Hugo. No final, Gustavo foi escolhido.
Se futebol é repetição, se falam tanto em trabalho, por que não colocar em prática o que se treina? Todos sabiam que o Vila teria que mudar de estilo pela ausência de Frontini, por que não treinar um estilo de jogar diferente do meio campo? O Vila jogou como se o artilheiro do time estivesse em campo. Cruzamentos da direita e da esquerda para o meio da área onde ninguém estava. Marco Aurélio e Gustavo armavam pelos flancos para ninguém.
Os jogadores tem razão, sim. O Vila viveu e foi salvo pela bola parada. Nenhuma equipe tem tão forte a bola parada como o Tigre – foram 8 gols originados de falta, escanteios e pênalti. Mas o Vila está indo para batalha sem cartas na manga… Se o treinador quiser muito mesmo que seja mantido o ritmo do segundo tempo, o Vila Nova terá mais sete empates e vai “comemorar” a fuga do rebaixamento.
Na defesa, Bruno Veiga, Leandro Cruz e André Gomes conseguiram confundir os zagueiros e volantes colorados. Demorou para Heriberto da Cunha ajustar isto. Vitor colou no Bruno Veiga. Luis Marques colou no Leandro Cruz. Robston/Osmar combatiam os avanços de André Gomes.
Vou deixar minhas felicitações ao Toni. Ele tem todo o potencial para se tornar um grande goleiro no Vila Nova. Tem estatura, destreza, agilidade e a frieza de um bom camisa 1. Hoje salvou o time de mais uma derrota em casa. O atleta de 20 anos foi eleito a “Fera do Jogo” pela Rádio 730 e levou uma cadeira giratória do Shopping do Escritório e um jantar com mais 3 acompanhantes na Lancaster.
Saí do estádio Serra Dourada com um pensamento: se fosse um treinador prata da casa como Hermógenes Neto, Christian Lauria ou até mesmo Luiz Dário a frente da equipe nesta hora, diretoria, imprensa e torcida estariam ávidos por passar a guilhotina. Mas como é de fora, terão eterna paciência. Um ponto é fato: O Vila estagnou dentro de campo, principalmente no meio e no ataque.