Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira que a indicação de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para ser o embaixador do Brasil em Washington esta definida. O presidente destacou, no entanto, que ainda faltam algumas etapas antes de oficializar a indicação.
“Da minha parte está definido. Conversei com ele acho que anteontem. Há interesse. A gente fica preocupado, é uma tremenda responsabilidade. Acho que, se tiverem argumentos contrários, que não seja isso, chulo que se fala por aí. Não é nepotismo, tem uma súmula do Supremo nesse sentido”, respondeu o presidente após participar de uma reunião com ministros no Palácio da Alvorada.
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu no entanto, que a indicação de seu filho, corre o risco de não ser aprovada pelo Poder Legislativo.
“É logico que corre o risco. Tudo que você faz corre o risco de dar certo ou dar errado. Nós estamos tentando acertar. Se a decisão for essa, o Senado vai sabatiná-lo e vai decidir. E ponto final. Se não for aprovado, ele fica na Câmara”, ressaltou.
Bolsonaro disse que falou rapidamente sobre o assunto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a quem chamou de “amigo”. Segundo ele, ainda não é possível dizer se a aceitação a Eduardo foi positiva ou negativa na Casa, uma vez que Davi ainda não tratou do assunto com os demais senadores. Na segunda-feira, no entanto, a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Simone Tebet (MDB-MS), disse foi o “maior erro” do presidente.
Bolsonaro disse ainda que, entre as etapas que faltam para oficializar a nomeação está uma consulta que deve ser feita ao governo norte-americano.
“Tem um caminho todo grande pela frente. Tem um termo técnico aí para os Estados Unidos ver se têm alguma coisa contra, é natural fazer isso aí. Tem que conversar com o parlamento”, completou.
ACEITO
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse na ultima semana que, se for confirmada sua indicação para o cargo de embaixador em Washington, aceitará a função e renunciará ao mandato parlamentar, exigência para que seja confirmado em uma missão permanente no exterior.
“Se for a missão dada pelo presidente eu aceitaria”, disse Eduardo.
Eduardo disse ainda que seu nome não surgiu “do nada”, apenas por ser filho do presidente da República, mas, sim, por ter uma “vivência pelo mundo”. “Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros”, afirmou.
ETAPAS
O presidente Jair Bolsonaro deve encaminhar um nome indicado pelo Itamaraty à Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, que aprova ou rejeita o nome em votação secreta. Depois, o nome ainda tem que ser aprovado por maioria simples pelo plenário do Senado, em outra votação secreta.