A cadeirante Joana D’arc de Jesus passou em um concurso público da Prefeitura de Guapó há cerca de 20 anos. A trabalhadora de serviços gerais sempre trabalhou em escolas da cidade. Nós últimos anos, ela está lotada na Escola Parque Conrado, local que não possui um banheiro que atenda os portadores de necessidades especiais.
Joana conta que apesar da dificuldade de locomoção isso não atrapalhava as atividades que desempenhava. No ano passado, ao retornar de uma licença médica, a função que desempenhava não estava mais disponível. A cadeirante revela que além de não desempenhar as funções que lhe eram atribuídas, ainda foi repreendida por fazer necessidades fisiológicas na cadeira de rodas.
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A servidora diz que procurou a Secretaria Municipal de Educação de Guapó para pedir a construção de um banheiro que atendesse aos portadores de deficiência. A secretária repassou o pedido ao prefeito Luiz Juvêncio (PMDB), e em seguida respondeu à Joana, que a sugestão dele era para que ela se aposentasse.
Como não queria se aposentar, Joana ligou para o prefeito e reclama da postura de Luiz Juvêncio. “Ele foi muito mal educado. Eu acho que ele não deveria ter falado com tanta dureza. Ele falou que iria me exonerar,” conta a cadeira.
Em contato feito pela reportagem da Rádio 730, o prefeito Luiz Juvêncio confirmou que não fará o banheiro que atende a deficientesl na Escola do Parque Conrado e também que deseja à aposentadoria da cadeirante. Segundo ele, a obra atenderia apenas à servidora. De acordo com o prefeito, Joana é irmã de um vereador e tem recebido da prefeitura sem trabalhar. “Nos últimos 12 anos, ela vem levando na barriga e não trabalha,” critica.
O diretor jurídico da Associação dos Deficientes Físicos do Estado de Goiás (ADFEGO), André Jonas de Campos, afirma que todo edifício de uso público deveria se adequar aos portadores de necessidades especiais. O jurista recomenda que se Joana for vítima de um ato ilegal por parte da autoridade política, ela deve impetrar um mandato de segurança a fim de reverter à situação.
Mesmo diante de toda a polêmica, Joana garante que deseja continuar trabalhando. “Eu quero trabalhar. Eu quero ser útil,” diz a portadora de necessidades especiais.
Reportagem de Lyra Rúbia