Praça com nome de professor é inaugurada dentro do Colégio Estadual Céu Azul, em Vaparaíso (Foto: Divulgação)
O governador Ronaldo Caiado (DEM) disse nesta quinta-feira (16) em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, que as escolas militares têm objetivos específicos e que não vai transformar todas as escolas em militares. Caiado fez o comentário durante entrevista coletiva no Colégio Estadual Céu Azul, onde o professor Júlio César Barroso de Souza, 41 anos, foi assassinado por um estudante, de 17 anos, em 30 de abril.
“As escolas militares são importantes, mas você não pode transformar todas as escolas de Goiás em escola militar. Nós temos de fazer com que o Estado e a polícia mostrem segurança”, disse. Para o governador, a escola militar exerce uma função nas regiões de mais alto risco, para evitar que as crianças tenham a chance de se desviarem “do caminho correto pela oportunidade que têm na criminalidade”. Entretanto, observou, não é possível que isso seja “uma solução para tudo”.
“A solução para tudo é interagir sociedade e o Estado, isso é que é importante.” O governador acredita que a comunidade tem de se sentir proprietária da escola. “E é isso que temos de fazer, isso aqui [o Colégio Céu Azul] é a casa dos jovens, a casa dos alunos, é fundamental que haja essa conscientização.”
O colégio foi reaberto hoje, 16 dias depois do assassinato do professor. Estavam presentes além do governador e autoridades, a viúva de Júlio César, Daiane Alves, 31 anos; a irmã dele, Juliana Maria Lima do Carmo, 35 anos, entre outros familiares. A escola passou por uma pequena reforma: foi pintada e a sala dos professores, onde a tragédia aconteceu, não funciona mais no mesmo local. Uma praça no pátio ganhou o nome do professor.
Goiás em atualmente 60 colégios militares, o que representa mais de 50% das escolas militarizadas do País. O número cresceu nos governos de Marconi Perillo pressionado por vereadores, prefeitos e deputados. Em 10 de maio, a Secretaria de Segurança Pública determinou a volta de 94 oficiais dessas escolas para a reserva remunerada.
Os policiais ocupavam cargos de direção, coordenação, administração e chefia de seção nas unidades escolares. Além disso, anunciou que mais 65 policiais da ativa serão remanejados e voltarão às ruas. O Comando de Ensino da Polícia Militar de Goiás informou que havia uma quantidade excedentes de militares em algumas escolas. Depois dos cortes ainda restaram 864 policiais da ativa e da reserva nos 60 colégios.
A medida foi criticada pelo diretório regional do PSDB. Em nota, o partido lembrou que esse modelo de escola foi criado em 1999 por Marconi Perillo, que essas escolas têm obtido as melhores notas do Ideb e que contribuíram para o Estado atingir o primeiro lugar nacional nessa avaliação. “Os Colégios Militares representam alto nível de ensino e aprendizagem e os cortes mostram que o governo não está preocupado com a educação”, disse a nota tucana.