Além de antecipar a chapa para a eleição de 2022, com o anúncio de que Daniel Vilela será o candidato a vice-governador, Ronaldo Caiado (DEM) também deu o tom do discurso para os palanques da próxima eleição. Assim como Daniel, o governador teve dois alvos definidos: o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (de saída do MDB), e destacadamente o ex-governador Marconi Perillo (PSDB).
As principais críticas foram direcionadas a Perillo, que saiu derrotado em 2018 na disputa por uma vaga no Senado. Mesmo sem ser citado diretamente, Caiado e Daniel passavam a ideia de que é necessário evitar o retrocesso político em Goiás. O presidente do MDB afirmou a aliança entre MDB e DEM impedirá que “Goiás ande para trás”. Daniel também falou de ausência de espírito público e herança negativa para o Estado, em referência às gestões tucanas em Goiás.
O governador Ronaldo Caiado (DEM) foi direto: “Nos enfrentamos em 2018, mas qual era o adversário comum do povo goiano? Era a corrupção, os escândalos, o desvio do dinheiro público, a má gestão implantada onde órgãos públicos serviam muito mais para enriquecimento ilícito do que para fazer chegar a saúde, a segurança, a educação e os programas sociais aos 7,2 milhões de goianos”, atacou.
Adversário
Apesar da tentativa de Marconi Perillo para retomar articulação política no estado, o adversário da chapa Caiado e Daniel deverá ser Gustavo Mendanha, que foi citado indiretamente pelo presidente do MDB. “Passarinho que anda com morcego dorme de cabeça para baixo”, afirmou, em referência à proximidade do prefeito de Aparecida e o ex-governador Marconi.
Ingratidão
Líder do governo na Alego, Bruno Peixoto (MDB) fez referência mais objetiva a Mendanha. “Aquele de Aparecida é ingrato. Tem como orientador o Marconi. Se fosse irmão político do Daniel, estaria aqui. Nós estamos do lado do bem, não do mal”, afirmou o deputado.
Quem?
Antes do anúncio do governador, que confirmou Daniel na candidatura a vice, o presidente do MDB disse no discurso que o MDB iria “agregar sem tomar o espaço de ninguém”. Depois do anúncio, o atual vice-governador, Lincoln Tejota (Cidadania) comunica pela assessoria que pretende continuar o trabalho realizado, sem comentar as definições políticas.
Reforma
Questionado sobre a possibilidade de mudanças na equipe para atender o novo aliado, Caiado respondeu: “No final do ano há vários secretários que vão ser candidatos. Candidatos a deputado estadual, deputado federal. É a transição do momento. A gente faz as adequações do governo de acordo com a necessidade”.
Troca feita
O procurador da República Ailton Benedito vai deixar o comando administrativo do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO). Integrante da direita conservadora, o bolsonarista já teve o nome envolvido em polêmicas, após referir-se ao coronavírus como “vírus chinês”, e por proferir expressões ofensivas a chefes de Estado, ao diretor-geral da OMS e a colegas membros do Ministério Público brasileiro. O cargo agora será ocupado pela procuradora Léa Batista de Oliveira Moreira Lima.
Apuração
Em março deste ano, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) instaurou um processo administrativo disciplinar contra Ailton, no qual ele é investigado por difundir “discurso de ódio” e xenofóbico. O procurador também é defensor do “tratamento precoce” da Covid-19, mesmo não havendo comprovação científica sobre a eficácia de medicamentos como a hidroxicloroquina e a ivermectina.
Gestão
Para a chefia do Ministério Público Eleitoral nos próximos dois anos, continua no cargo o Procurador Regional Eleitoral, Célio Vieira da Silva. O procurador-chefe substituto será Alexandre Moreira Tavares dos Santos. As chapas foram declaradas eleitas pela Comissão Eleitoral, que já comunicou o resultado ao procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras.
