A negociação para que o futuro partido, União Brasil, fruto da fusão entre DEM e PSL, apoie o ex-ministro Sergio Moro (Podemos) na disputa pela Presidência da República ainda depende do desempenho do ex-juiz em pesquisas eleitorais e esbarra em candidaturas estaduais da nova sigla. Os palanques regionais, como em Goiás, são um entrave ainda maior para o avanço de conversas. Uma possibilidade, considerada remota, seria a mudança de partido do ex-juiz, que se filiou ao Podemos em novembro do ano passado.
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O diálogo é liderado pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), atual presidente do PSL, e principal defensor da ideia, de olho em possível vaga de vice, ao lado de Moro. No entanto, caciques do DEM, como ACM Neto (BA), querem evitar apoio explícito a qualquer candidato à presidência para não perder votos e alianças com outras legendas. Neto aponta a aliados que conta com o apoio do PDT e do PSDB na Bahia, ambos com pré-candidatos à Presidência: Ciro Gomes e João Doria, respectivamente.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que buscará a reeleição, também tem falado a aliados em evitar comprometer-se com candidatos específicos, segundo informa hoje a Coluna Painel, da Folha de S. Paulo. A preocupação também é com os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), que rechaçam apoiar Moro, já que o ex-juiz deixou o Ministério da Justiça fazendo uma série de acusações ao presidente.
Prazo de análise
Dirigentes da União Brasil dizem que qualquer apoio a Moro dependerá principalmente do desempenho dele nas pesquisas e, por isso, só deve ser conversado após o mês de março.
Aproximação
O vice-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, se filiou ontem ao Podemos, na sede da prefeitura. A assinatura da ficha confirma aproximação entre o partido e a pré-candidatura de Gustavo Mendanha (sem partido) ao governo estadual.
Primeiro aqui
As negociações foram antecipadas por esta coluna ainda em setembro de 2021, antes da desfiliação de Mendanha do MDB, quando o prefeito de Aparecida teve a primeira conversa presencial com a presidente nacional do Podemos, Renanta Abreu, em São Paulo.
Comando
Vilmar Mariano já assumiu a presidência da comissão provisória do Podemos em Goiás, em substituição ao deputado federal José Nelto, que já se preparava para trocar de partido. Participaram da filiação, além de Mendanha, o presidente metropolitano do Podemos, Felipe Cortês; o presidente da sigla em Aparecida, Rodrigo Estrela, e Eduardo Machado, que atua como um dos coordenadores nacionais do partido.
Recursos
O Governo Federal reconheceu situação de emergência em oito cidades brasileiras, entre elas, Flores de Goiás. A medida, publicada no Diário Oficial da União, permite que os municípios solicitem recursos do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) para se recuperar dos desastres naturais.
Impacto
A cidade de Flores de Goiás sofreu com as fortes chuvas no final de 2021 e início de 2022. Cerca de 300 famílias ficaram desabrigadas e isoladas. Ao todo, cerca de mil famílias foram prejudicadas nas áreas rurais da região Nordeste do estado.
Zerar cobrança
O presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem que negocia apresentação de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para permitir a redução a zero de tributos federais sobre combustíveis. A baixa ocorreria nos índices do Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
De lá
“Nós temos uma Proposta de Emenda à Constituição, que já está sendo negociada com a Câmara e o Senado, para termos a possibilidade de praticamente zerar os impostos dos combustíveis, o PIS e a Cofins”, afirmou durante sua live semanal nas redes sociais. O presidente está no Suriname, onde faz uma visita oficial.
Explica?
Segundo Bolsonaro, há um processo de inflação generalizada que não afeta apenas o Brasil. Em 2021, a gasolina acumulou alta de 47,49% e o etanol, de 62,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o diesel teve alta de cerca de 47% no mesmo período.