A alopecia androgenética (AAG), popularmente conhecida como calvície, é uma doença bastante comum na população, atingindo mais de 2 milhões de pessoas por ano no Brasil, principalmente os homens. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), 5% das mulheres brasileiras também sofrem com a condição.

De acordo com a SBD, 25% dos homens têm apresentado queda de cabelo em idades entre 20 e 25 anos, fator que tem estimulado a vaidade masculina.

O cenário pós-pandemia impulsionou os cuidados das pessoas independente de gênero ou idade. Exemplo claro disso é que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a quantidade de homens que se submeteram às cirurgias plásticas nos últimos cinco anos aumentou de 5% para 30%. E entre as três operações mais realizadas pelo público masculino está o transplante capilar.

Sinais de alopecia androgenética

A médica dermatologista Laura Carrijo (Foto: Arquivo pessoal)

A médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, Laura Carrijo, explica que todas as pessoas perdem cabelo, mas que é preciso ficar atento às quedas acentuadas.

“Todas as pessoas, ao decorrer da vida, têm alguns episódios de quedas acentuadas, eflúvio, isso é normal e esse cabelo volta sozinho. Temos que prestar atenção quando isso foge da normalidade, quando esse cabelo começa a afinar, ficar mais ralo e diminuir o volume”, explica.

A doutora ainda pontua que não existe uma quantidade normal de cabelo propenso a quedas. “Isso varia muito de acordo com o paciente. Não dá para se basear em outra pessoa, cada caso é um caso. Mas geralmente, cada um percebe se a queda aumentou”, argumenta.

Diferença entre homens e mulheres

A especialista pontua ainda que a grande diferença entre a apresentação da doença nos dois gêneros é que, nas mulheres, o afinamento dos fios ocorre de forma difusa. “Nas mulheres a queda é mais visível na região do fronte e na linha média da cabeça, é progressiva, porém não tão gradual e intensa. Enquanto a masculina o quadro se dá com mais intensidade no topo da cabeça ou vértex e regiões látero-frontais, que é popularmente chamada de entradas”, esclarece.

Laura explica que o problema é mais frequente nos homens devido à maior quantidade de testosterona. “Os homens têm cerca de 10 vezes mais testosterona, portanto, a alopecia é mais severa. Não há uma relação entre o nível de testosterona em si e a calvície. No entanto, um derivado da testosterona, chamado DHT (dihidrotestosterona), é uma das substâncias relacionadas à queda dos cabelos”, ressalta.

Prevenção

Como em qualquer problema de saúde, a prevenção é fundamental, e a calvície também requer atenção. A especialista enfatiza a importância de se procurar um profissional qualificado ao notar qualquer indício de queda exagerada de cabelos.

“A calvície é um fator de frustração que pode atingir diversos setores da vida. “É importante procurar um especialista para entender qual será o melhor tratamento”, arremata.

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