Uma aprovação importante vinda da Câmara dos Deputados pode mudar os rumos do esporte no Brasil. Os deputados federais aprovaram na última terça-feira (10) uma limitação no mandato de dirigentes de entidades esportivas, no caso, Confederações e Federações, que recebem dinheiro público. E mesmo não sendo “afetado” diretamente por isso, o presidente da Federação Goiana de Futebol (FGF), André Pitta, apoiou o projeto.

Com a permissão de apenas quatro anos no poder, sendo uma reeleição, o texto também apresenta questões de transparência nas funções exercidas e em contratos estipulados. O projeto, que agora passará por aprovação no Senado para virar lei, foi bem recebido por Pitta, que vê não só uma possibilidade de evolução no futebol, mas também em outros esportes.

“A opinião nossa, independente de receber ou não recursos do Governo Federal, acho que isso é importante não só para o futebol, mas para todos os esportes. Nós temos que lembrar que essa legislação nova que está sendo votada e pode ser aprovada nos próximos dias, ela acaba envolvendo não só as federações de futebol, como a CBF, como também os clubes de futebol e todas as outras modalidades esportivas, federações e confederações de outros esportes.

Na Câmara, o texto foi aprovado por 323 deputados e teve a reprovação de 41 deputados, além de uma abstinência. A reeleição por vários mandatos sempre foi algo muito utilizado por dirigentes, mas André Pitta já deixa claro que não estava pensando em ficar muito tempo à frente da FGF. O presidente destacou que essa medida é boa para renovar os ideias e deixar o esporte sempre bem encaminhado.

“Isso é importante para oxigenar e no que depender da FGF, da minha pessoa, já não era minha intenção de ficar muito tempo. Eu acho que uma eleição e uma reeleição é nada mais do que justo, e para por aí. Tem que se oxigenar para que possam aparecer novas ideias e novos pensamentos para poder continuar melhorando o futebol”

Dirigentes eternos

A principal entidade do futebol brasileiro vivia um exemplo que seria atingido por essa nova lei. Antes de José Maria Marin assumir a presidência da CBF, em Março de 2012, o antigo presidente, Ricardo Texeira, já estava no comando há 23 anos, desde 1989, mesmo com acusações de corrupção e nepotismo. Um desses eternos ainda continuam no poder: na Federação Catarinense de Futebol, Delfim Pádua Peixoto Filho está no cargo desde 1986, há 27 anos.