Os vereadores de Goiânia receberam a visita dos presidentes dos sindicatos que representam os policiais civis, que continuam em greve há mais de 55 dias. Apesar de não ser competência legal da Câmara Municipal, os parlamentares resolveram tomar partido e apoiar a manifestação de forma oficial. Uma moção de apoio foi assinada e aprovada por todos os presentes e uma comissão será formada para buscar o fim da greve junto ao governo estadual.
O presidente da Câmara, vereador Clécio Alves (PMDB), explica a intenção da Casa neste processo. “Nós apoiamos a greve por entender que é legítima e democrática. Ao mesmo tempo, nós estamos torcendo, inclusive está sendo criada uma comissão de vereadores, que vai buscar junto ao governo do estado uma solução. Não temos mais como aguentar a falta da Polícia Civil no dia a dia das pessoas,” diz.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civil de Goiás (SINPOL), Silveira Alves, explica o que os grevistas esperam do governo, e responde qual o objetivo de intensificar as investigações a crimes da administração pública estadual, mesmo durante a paralisação. “Nós estamos aguardando um posicionamento do governo em dar uma respostas as nossas reivindicações. As principais reivindicações continuam sendo a reestruturação salarial. Nós abrimos mão dos piso de R$ 7.250 por 60% do que ganha um delegado em início de carreira. Queremos também o bônus por resultados e que os policiais que estão lotados nos institutos voltem para a Polícia Civil,” revela.
De acordo com Silveira Alves, a Polícia Civil não está fazendo uma retaliação ao governo quando investiga denúncias em órgãos estaduais com o Detran.
Sobre as possibilidades de atendimento por parte do Estado, o secretário de Gestão e Planejamento, Giuseppe Vecci, afirma que nenhuma atitude será tomada de forma impulsiva. “Nós não temos que tomar atitude precipitada em cima de radicalização. Mas não podemos fazer coisas que resolvem o problema de um contingente e criar um maior para o Estado. Estamos propondo o aumento de produtividade de até 20%. No ano passado teve aumento para os policiais civil, depois teve a data base e agora estamos propondo mais 20% de produtividade,” argumenta.