A Saneago cumpriu decisão judicial e retirou os hidrômetros da Praça Tamandaré, que permitia o trabalho de cerca de 100 lavadores de carros na praça. A ação é consequência de um pedido do Ministério Público que aponta prejuízos ao meio ambiente causados pela água descartada durante a lavagem.
Os trabalhadores reclamam e buscam na justiça uma solução para que possam continuar na região, onde atuam há cerca de 20 anos. Alguns lavadores chegaram a romper o lacre de uma das saídas de água fechadas pela Saneago.
A ação foi proposta pelo promotor Maurício Nardini, mas a advogada que faz a defesa dos lavadores, Roberta Faria Lima, afirma que eles buscam um acordo. “Na realidade, a retirada era inevitável. A Saneago não tinha poder para não cumprir uma decisão judicial. Nós conversamos com o promotor. A nossa proposta é que a gente faça todas as adequações,” conta.
De acordo com a advogada, os lavadores contam com o apoio da Câmara e da Prefeitura para voltarem à Praça Tamandaré.
A Câmara Municipal realizou uma audiência pública para discutir a questão, mas o debate não chegou a uma conclusão, principalmente pela ausência do promotor Maurício Nardini.
A audiência foi proposta e presidida pelo vereador Paulo Magalhães (PV). O presidente da Câmara, Clécio Alves (PMDB) também acredita que um acordo deve ser feito entre o Ministério Público e os lavadores de carro da Praça Tamandaré. “Nós sabemos que existe uma decisão judicial. Nós estamos procurando se existe um caminho para se fazer de forma adequada, de acordo com aquilo que o meio ambiente exige,” afirma.
A lavadora Teresa Costa afirma que vários colegas devem continuar na praça, mesmo com a retirada dos hidrômetros. “Eu não tenho onde trabalhar. Eu vou trabalhar lavando carro na latinha. Eu vou continuar trabalhando na Praça Tamandaré. Eles podem nos mandar prender, mas nós não vamos desistir desta guerra,” garante.