Solteira, 38 anos, pedagoga, professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e servidora da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia. Esta é Marta Jane, única mulher candidata ao governo do Estado e a mais jovem entre os governadoriáveis, que disputará o pleito pelo partido Comunista Brasileiro (PCB).

A legenda, em 2010, também terá candidatura própria à presidência da República e quer participar de todos os espaços na corrida eleitoral.

“Isso, justamente para apresentar à população brasileira uma discussão diferente desta que está aí. A gente sempre vê o debate dos candidatos como se fosse resolver os problemas e queremos trazer a discussão de que o processo eleitoral por si só não resolve”, disse a comunista, em entrevista à Altair Tavares RÁDIO 730.  

Segundo ela, o objetivo é chamar os trabalhadores para debater soluções para os problemas sociais e buscar outra possibilidade de construção de um poder popular. Marta vê que o processo eleitoral atualmente é compatível com o nível de investimento de cada coligação. “Na nossa compreensão isso desvirtua a idéia de democracia e atende interesses de grupos minoritários”.

ALIANÇA COM O PSOL

Antes do anúncio da candidatura própria do PCB, foi cogitada a aliança com o candidato do PSOL, encabeçada por Wahington Fraga, mas segundo Marta Jane, a idéia não foi amadurecida.

“Depois do último pleito nós não continuamos esse debate, que ficou restrito ao momento eleitoral. Entendemos que agora essa aliança não estava correspondendo à nossa luta prática. A gente acha que a coligação não pode ser algo que não retrate a luta conjunta”, pontuou.

“Mas nós temos muita aproximação com o PSOL, do ponto de vista de alguns elementos da atuação e vamos estar juntos em muitos momentos”, complementou ainda.

ADVERSÁRIOS

Simpática à candidatura do PSOL, a comunista criticou os outros nomes postos na disputa do governo do Estado, que, para ela, significam ‘mais do mesmo’. “Nós não avançamos nesses governos na qualidade do serviço da educação, da saúde e não vimos a participação efetiva dos brasileiros”, criticou.

Para ela, a promessa feita pelo peessedebista Marconi Perillo de investir em um notebook para cada aluno da rede estadual é tentar “maquiar” a realidade da educação no Estado. “A qualidade da educação não se faz com um computador para cada aluno. Temos escolas deficitárias, professores mau-pagos e uma condição precária dos servidores administrativos”.