São muitos os candidatos a vereador ou a prefeito em Goiás que apostam no apoio de familiares para terem boas votações no próximo dia 7. Alguns exemplos de postulantes à prefeitura são Tanner de Melo Júnior (DEM), em Aparecida de Goiânia, que é filho do primeiro prefeito eleito por voto direto na cidade, Tanner de Melo, e sobrinho do ex-prefeito Freud de Melo.

Em Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB) é filho do ex-governador já falecido Otávio Lage e tenta voltar à prefeitura.

Já em Posse, um fato inusitado: o ex-prefeito José Eliton, conhecido como Dr. Eltin, (DEM) busca a prefeitura tendo como principal cabo eleitoral o filho, José Eliton Júnior, vice-governador do Estado.

Outro exemplo é em Jussara, onde Maria Amélia de Castro (PSDB), esposa do ex-prefeito e deputado estadual Joaquim de Castro, disputa a prefeitura. Itamar de Castro (PMDB), filho do ex-deputado estadual Ibsen de Castro, também concorre à sucessão municipal na cidade.

Em Trindade, a deputada federal Flávia Morais (PDT) concorre à prefeitura. Ela é esposa do ex-prefeito George Morais.

Para analisar este tipo de influência familiar, a reportagem buscou a avaliação de cientistas políticos. O professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Pedro Célio acredita que o sistema eleitoral é muito baseado neste tipo de relação de poder.

“A família é uma unidade de poder. O nosso sistema eleitoral surgiu nessas relações patrimoniais. Nossa sociedade é baseada num sistema agrário e latifundiário. Quando a democracia eleitoral se implanta no Brasil, ainda carrega essas heranças”, considera.

A professora da Universidade Federal de São Carlos, Maria do Socorro Braga, é doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP). Ela analisa que a influência familiar é mais intensa neste processo de eleições municipais.

“Principalmente quando a família é influente e tem trajetória na região. Quanto maior o nível de competitividade, maior a tendência desses grupos irem perdendo este poder”, crê.

Já a professora de ciência política da UFG, Denise Paiva, avalia que também existem casos em que os candidatos preferem esconder a influência de um familiar que não seja bem avaliado pelo eleitorado.

“Isso depende muito de quem dá o aval para esse candidato. Pode influenciar, na medida em que aquele candidato tem o aval de um político e experiente e que o povo considera honesto”.