Mais de três meses se passaram desde o decreto da quarentena, devido ao novo coronavírus. Após tanto tempo, o cansaço resultante do isolamento social é inevitável. Em entrevista ao Tom Maior da SagresTV, a mestre em Psicologia Experimental e especialista em Saúde, Aline Maués, explica que dadas as circunstâncias, sentir-se extremamente cansada, em tempos difíceis e de tensão, é normal.
“A pandemia se caracteriza como uma situação de crise. Nessas situações nós somos expostos a uma rotina, uma mudança na rotina bem abrupta. No caso da quarentena, por exemplo, não só tem sido abrupta como tem sido de forma contínua. A gente não sabe até quando isso vai durar, quanto tempo a gente vai precisar viver esse momento. Por conta disso, a gente acaba se sentindo em um contexto que é mais desafiador, que traz mais estresse, angústia, sensação de revolta, irritabilidade e desesperança”, afirma a psicóloga, que todo esse cenário acaba deixando as pessoas mais cansadas.
Até mesmo para as pessoas que seguem trabalhando fora de casa, é um desafio. Existe o medo de se contaminar, de contaminar a família e de perder o emprego. Há ainda o temor de precisar ser hospitalizado e não conseguir superar a doença, ou até mesmo morrer.
Já para quem está em casa, não ter hora certa para dormir, acordar ou para se divertir, também é um problema. “Estabeleça horários, evite o contato com telas luminosas pelo menos uma hora antes de dormir, deixe o ambiente agradável para se deitar e pratique o relaxamento”, aconselha.
“Como a gente se movimenta menos, nosso corpo vai se adaptando à nova rotina e pode apresentar perda de massa muscular, de condicionamento físico e alterações hormonais. Tudo isso pode aumentar a sensação de cansaço”, explica. “A dica é criar uma rotina de atividades físicas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de, semanalmente, 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa, para um adulto”, relata Aline Maués.
Assista à entrevista na íntegra com Aline Maués a partir de 1:00:00
