Os médicos credenciados na Cooperativa dos Cirurgiões Cardíacos do Estado de Goiás (Copaccardio) não aceitaram até o momento a nova tabela proposta apresentada por representantes do Sistema Único de Saúde (SUS), que eleva o valor médio do procedimento cardíaco de R$ 894,00 para mais de R$ 3 mil.
Os médicos goianos foram exceção em relação a profissionais de outros Estados. A sociedade brasileira de cirurgia cardiovascular aceitou a proposta encaminhada pelo governo federal. De acordo com o presidente da Copaccardio, Wilson Mendonça Júnior, é necessário aguardar até a próxima terça-feira (05), para que sejam apresentados os dados concretos deste reajuste.
Para a secretária estadual de saúde, Irani Ribeiro, o poder público não pode esperar o posicionamento dos médicos. “Como nós temos urgência em fazer essas cirurgias, reunimos a Secretaria Municipal de Saúde, Ministério |Público com a nossa equipe técnica e conseguimos uma equipe para operar três crianças que precisam do procedimento no Hospital da Criança”, explicou.
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Ministério Público
As cirurgias cardiovasculares no estado de Goiás estão suspensas desde o final do ano passado. O promotor do Ministério Público Estadual, Marcelo Celestino, relatou que propôs ação contra os médicos em relação a não aceitação da proposta.
“Essa ação está em tramitação, vamos informar o juiz esse acordo aceito com a sociedade brasileira de cirurgia cardiovascular” salientou o promotor.
O Ministério Público Estadual investiga a morte de crianças em unidade hospitalar de Goiânia. O promotor ressaltou ainda o andamento das investigações. “Estamos acompanhando o inquérito policial, a possível ação penal contra esse médico. Não deixamos de tomar as providências para apurar os fatos que são graves. Inclusive apuraremos também o fato de médicos que fazem parte da cooperativa, funcionários públicos e deveriam atender cirurgias no momento em que recebem os salários e não as fazem”, relatou.
A Secretária Irani Ribeiro argumenta que faz planos para que o Estado não dependa dos médicos filiados à cooperativas. A meta, segundo ela, é colocar cirurgia cardíaca no Hospital Geral de Goiânia. A enfermaria já está sendo preparada, serão colocados dez leitos de UTI coronariana, aguardados concursados e equipamentos para a sala de cirurgia.
A partir de segunda-feira (04), o médico cardiologista não filiado a Copaccardio irá prestar os atendimentos no Hospital da Criança.