Foram apenas 86 dias, quase três meses, algumas polêmicas e muitos cartões amarelos e vermelhos. De nada parece ter valido a passagem do meia Carlos Alberto pelo Goiás, que chega ao fim nesta quinta-feira. Após reunião realizada na noite de quarta-feira na sede do clube, a cúpula diretiva do Verdão e o jogador definiram, por meio amigável, rescindir o contrato que iria até o fim do ano. O anúncio oficial deve acontecer nas próximas horas.

A gota d’agua foram os últimos dias do jogador no clube, desde a eliminação do Goiás na Copa do Brasil para o Botafogo-PB, onde o meia entrou no 2º tempo visivelmente alterado e foi expulso em pouco mais de 30 minutos. Na ocasião, o técnico Ricardo Drubscky chegou a declarar que o jogador tinha uma “mente apimentada” e que seria preciso trabalhar isso no decorrer do ano. Mas, aconteceu justamente o contrário.

O meia não treinou na quinta e sexta-feira, dias de preparação para a estreia no Brasileirão Série A, por uma suspeita de dengue, que não foi confirmada, e depois uma virose, que o impediu de viajar para Brasília, local da partida no domingo. Entretanto, o jogador foi visto na noite de sábado em um bar, agindo normalmente, e isso chegou à diretoria esmeraldina, que não aprovou a conduta e começou a avaliar a rescisão contratual.

No mesmo ritmo, Carlos Alberto também se mostra insatisfeito com a passagem pelo clube, pela perda do título goiano, pela eliminação na Copa do Brasil e pela ausência de grandes investimentos no elenco. Além disso, o jogador pouco atuou com a camisa esmeraldina: foram apenas seis jogos durante todo o período, quatro deles pelo Goianão e dois pela Copa do Brasil, que juntos, acumularam apenas 255 minutos em campo. Pra piorar, foram cinco cartões amarelos e um vermelho, que não transmitiram boa imagem e o jogador, por vezes, foi vaiado pela torcida.

Tido como jogador polêmico, Carlos Alberto também não conseguiu afastar totalmente esse aspecto. No dia 28 de Março, quando estava suspenso pelo excesso de cartões, Carlos Alberto discutiu de forma ríspida com o auxiliar técnico Nilton Almeida, o Niltinho, durante um treinamento e o, até então técnico do Goiás, Claudinei Oliveira, colocou panos quentes, dizendo que não houve falta de respeito e que a conduta do jogador era ótima.

A chegada de Carlos Alberto ao Goiás foi uma tentativa do clube tapar o espaço deixado por Walter na saída para o Fluminense e uma chance do jogador reiniciar a carreira após o injusto caso de doping que o deixava longe dos gramados desde Abril de 2013. Agora, o jogador, que já vestiu a camisa de Vasco, Fluminense, Corinthians, São Paulo, Grêmio e Bahia, vai em busca de um novo clube e o Goiás deve repor a perda no elenco nos próximos dias.