(Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)
Após muitas especulações, finalmente um destino para Carlos Eduardo. O Goiás oficializou na manhã desta sexta-feira (29) a venda do jogador para o Pyramids, do Egito. Após 6 anos no clube, 153 partidas e 29 gols marcados, o atacante de 21 anos se despediu dos companheiros, do time que o revelou e, claro, da torcida esmeraldina.
“Independente de qualquer coisa, eu agradeço muito a eles (torcedores). Agradeço pela torcida, por me incentivarem nos momentos ruins e quando eu estava bem na equipe. Sei que não agradei todo mundo e ninguém vai agradar todo mundo, mas eu procurei dar o meu melhor e ajudar da melhor forma possível. O Goiás é um time que precisa muito da torcida. Creio que o torcedor vai ajudar ainda, mas eles têm que ter mais paciência. As cobranças atrapalham muito o grupo. Mas, independente disso, é uma torcida que me abraçou bastante. É uma torcida que não vou esquecer. Um dia vou voltar e dar muita alegria pra eles”.
A negociação de Carlos Eduardo traz para os cofres esmeraldinos uma quantia de cerca de cinco milhões e quatrocentos mil dólares, já que pertencia ao Goiás 75% dos direitos do atleta. Apesar do retorno financeiro e de sempre ser tratado como uma promessa da base, Carlos Eduardo passou a ser alvo de vaias da torcida nas últimas partidas. Em sua despedida, falou se esse era o momento certo para a negociação.
“Eu creio que Deus preparou tudo no momento certo. Sei que o momento que estamos passando não é bom, mas nós começamos a dar liga no campeonato. Estou saindo de um clube que me criou, me abraçou de coração, que esteve sempre ao meu lado. As vaias nos dois ultimos jogos fazem parte, é questão de momento. Eu poderia muito bem no próximo jogo fazer dois gols e todo mundo me aplaudir. Isso é questão de momento, da posição que estamos na tabela. Mas eu saio de cabeça erguida, confiante”, afirma Carlos.
Apesar de jovem, Carlos Eduardo era titular absoluto no Goiás nos últimos anos e fez parte tanto de grandes conquistas como também do rebaixamento em 2015. Mesmo com muitos títulos estaduais, o atacante não se sente com o dever cumprido.
“Eu não saio com o dever cumprido porque quando eu subi para o profissional, o Goiás estava na Série A e eu deixo o time na Série B. Eu deveria deixar o Goiás onde peguei, mas saio de cabeça erguida pelas coisas que fiz, pelas conquistas, por ter honrado essa camisa em todos os jogos. Muitos acham que futebol é só aspecto financeiro, status e não, futebol tem sentimento. Eu amo muito essa camisa, sou Goiás desde pequeno”, declara o jogador.
Sua primeira partida como profissional do Goiás foi no dia 25 de fevereiro de 2015, no EStádio Bruno José Daniel contra o Santo André, pela Copa do Brasil. Com seis anos no clube, quatro como profissional, o atacante conquistou títulos, mas também passou por momentos difíceis com a camisa esmeraldina.
“Os momentos mais difíceis são as derrotas. Em 2015 tivemos o rebaixamento para a Série B e isso me afetou bastante porque era meu primeiro ano de contrato profissional e isso me machucou bastante. Eu disse que só sairia do Goiás quando a gente subisse, não subimos e eu tô saindo, mas estou deixando uma equipe que vai trabalhar para conseguir esse objetivo para mim. Por outro lado, os momentos de maior felicidade foram as conquistas, meus quatro títulos goianos, jogos decisivos, gols importantes e alegria que eu dava para minha família e para o torcedor esmeraldino”.
Mohamed Salah
Com a passagem marcado para o Egito, seria inevitável não ser perguntado sobre o grande nome do futebol egípcio na atualidade: Mohamed Salah. Está preparado para ser o “novo Salah” brasileiro no Egito, Carlos?
“Difícil, né, mas eu vou confiante no meu trabalho. É um cara que todo mundo acompanhou na Copa, na Liga dos Campeões. Minhas características são totalmente diferentes, ainda estou longe de chegar ao nível dele, mas vou trabalhar para isso. Quem sabe a gente possa conhecer lá e pegar um pouco do futebol dele”, respondeu o atacante.
Carlos Eduardo chega ao Pyramids na companhia dos atacante Keno, ex-Palmeiras e Arthur Caique, ex-Chapecoense e Atlético Goianiense e será comandado pelo brasileiro Alberto Valentim, ex-Botafogo. Carlos viaja para o Egito neste sábado (30) para fazer exames e se apresentar ao seu novo clube para o início da temporada.