Nesta quinta-feira (14), o presidente da Celg, Carlos Silva, concedeu entrevista a RÁDIO 730 e falou sobre detalhes do empréstimo para quitar as dívidas da Estatal goiana. O acordo assinado pelo governador Alcides Rodrigues (PP), nesta quarta (13) definiu o empréstimo de R$ 3,7 bilhões para quitar dívidas da empresa e viabilizar investimentos. A medida, segundo o governo, representa “uma solução definitiva” para a companhia, que entra agora em nova fase.  

Leia a entrevista, concedida ao coordenador de jornalismo da RÁDIO 730, Altair Tavares

Altair Tavares: Foi assinado o empréstimo para a Celg. Houve um adicional na negociação, no valor de R$700 milhões para antecipar a segunda parcela?

Carlos Silva: Está confirmado e esse empréstimo vai ser feito diretamente da Celg com Caixa Econômica Federal. Uma vez aprovado o substitutivo pela Assembléia do qual não permitia que o Estado de Goiás utilizasse a primeira parcela para pagar o ICMS devido ao Estado, nos trouxe uma série de dificuldades.

Primeiro, se a conta da empresa do imposto cresceria em R$ 200 milhões, porque a Celg não poderia se beneficiar da lei de Anistia fiscal que foi feita para todas as empresas do estado e nem se beneficiar do código tributário. Por este motivo gerou uma conta tão alta e teríamos mais dificuldades para acertar um aumento na conta.

Segundo, é que dentro do plano de ajuste fiscal do Estado estava contabilizado que a Celg pagaria o ICMS. Com isso teríamos um superávit primário de quase R$ 1 bilhão. Isso proporcionava ao Estado a fazer um empréstimo de R$ 3,7 bilhões que viabilizaria a Celg. Retirado esse dispositivo pela Assembléia, a capacidade de tomada de recursos cairia para R$ 1.7 ou 1.8 bilhões. Era necessário que nós garantíssemos o pagamento do ICMS ao Estado para estruturar toda a operação. Então a saída foi a antecipação da segunda parcela não contingenciada pela lei para pagar o ICMS.

Do ponto de vista financeiro, esta antecipação é uma oportunidade para a empresa?

É uma grande oportunidade porque o incentivo vai até o dia 30/12 deste ano. Se nós tivéssemos que pagar o ICMS em janeiro nós perderíamos este desconto em juro/multa de até 84%. Então, todo esse processo daria um grande prejuízo e com certeza teríamos configurado a falência da Celg.

Qual é a importância deste empréstimo para a “História” da empresa?

É um momento histórico não só para a Celg, mas para Goiás. A maior operação já estruturada, que envolveu mais de 100 técnicos que em mais de um ano trabalharam na construção de uma saída para a Celg. Não só econômica e financeira, mas administrativa e operacional, que pudéssemos garantir uma perenidade na empresa. Quero destacar o foco do governador Alcides Rodrigues e o compromisso do presidente Lula e o prestígio do governador com o presidente para apoiar a estruturação da Celg.

Em que data o dinheiro entra no caixa da Celg?

É preciso ressaltar a seriedade desta operação. Existe um plano de aplicação do dinheiro, ninguém coloca as mãos nele. Não vai para o caixa da Celg, estão todas as operações casadas visando atender a Companhia. Nós poderemos retomar os investimentos, terminar o Programa Luz para Todos e todos que fizeram as inscrições vão ser atendidos.

Com isso, é um processo natural e estamos aguardando para breve a conclusão dessa operação entre a Celg e a Caixa Econômica Federal.