A diretoria do Goiás anunciou nesta terça-feira (18) a demissão de Cassius Hartmann da coordenação das categorias de base. O gerente executivo, com passagens por Coritiba, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Botafogo, estava dirigindo a base esmeraldina desde 2012 e foi comunicado do seu desligamento na manhã desta terça-feira. Com a saída de Cassius, o comando do departamento de categorias de base passará para Rubens Fantato, ex-jogador e treinador do Goiás.

Os cartolas esmeraldinos, através do presidente Sérgio Rassi, comunicaram que a decisão foi tomada por conta de quatro fatores decisivos: o relacionamento de Cassius com o departamento de futebol profissional estava desgastado desde 2013, o péssimo desempenho da equipe sub-20 no Campeonato Brasileiro de 2013 e na Copinha 2014, a readequação financeira que exige o enxugamento de pessoal e o mais importante que é o fato da nova direção de futebol amador preferir o nome de Fantato para o comando da base.

O ex-coordenador da base esmeraldina revela que ficou bastante surpreso quando foi avisado da sua demissão. “Foi muito inesperado, eu estava até resolvendo algumas questões do dia a dia, em rotina comum, quando um funcionário do RH foi à minha sala e me comunicou que eu estava sendo desligado. Não me apresentou os motivos, até porque não era da alçada dele, apenas entregou o papel que eu deveria assinar. Ainda espero algumas respostas dos meus superiores. A gente fica chateado, tenho um carinho enorme pelo clube e lutava diariamente para garantir os interesses do Goiás”, revela Cassius.

A notícia não foi inesperado só para ele. De acordo com Cassius, alguns funcionários e até membros da diretoria esmeraldina demonstraram surpresa com a decisão. “O Marcelo Segurado me ligou e disse também que não sabia do que tinha acontecido. Tentei ligar para alguns superiores, mas não obtive resposta. Fora o Marcelo, não conversei com ninguém, ele me disse que tentaria saber o que ocorreu e se informar de algumas coisas para depois me esclarecer. Mas até agora ainda não sei o motivo”.

Inconformado, o ex-coordenador de base revela que não esperava a demissão e acreditava estar realizando um bom trabalho. “Eu acredito que o trabalho no Goiás estava sendo bem feito, tivemos um avanço muito grande nos últimos dois anos. Prova disso é o nosso elenco profissional, que está cheio de jovens da base. Outra prova é que nós também recebemos várias propostas de fora do país querendo negociar os meninos. Fora os vários títulos que tivemos, eu realmente acredito que o trabalho era muito bem feito”, analisa.

Cassius vai além e diz que vivia o melhor momento do projeto. “Estávamos criando uma sintonia muito boa com o Claudinei, integrando ainda mais a base com o profissional. Era uma relação muito boa, trocávamos informações o tempo todo, ele me ligava pra saber indicações de atletas e vice-versa. Com o Marcelo (diretor de futebol) estava muito bem encaminhado a renovação de contrato de vários garotos da base. Realmente não vejo motivo para interromper o trabalho neste momento”.

Agora de saída, Cassius confirma que a relação com Enderson Moreira não era das melhores. “Todo mundo esperava que ele tivesse uma relação maior com a base, mas ele tinha outra convicções e por ter muita influência no clube, fazia o que queria. A gente não podia concordar com tudo isso. Talvez se eu tivesse aceitado essas questões ano passado e não expusesse tudo o que eu achava necessário, ainda poderia estar empregado hoje. Mas não vale a pena ficar falando disso no momento da saída, melhor deixar para trás e relembrar a herança positiva”, declara.