Moradores de ocupação no Setor Alto da Boa Vista em Aparecida de Goiânia correm risco de ficar desabrigados (Foto: SagresTV/Reprodução)

Na ocupação Alto da Boa Vista em Aparecida de Goiânia, a maioria dos barracos é feita de lona, alguns de madeira e poucos de alvenaria. Em junho de 2018, as famílias ocuparam uma área na Serra das Areias. Por ser local de preservação ambiental, tiveram de passar para outra ocupação, onde estão há quase um ano, ao lado da serra.

A equipe da SagresTV visitou o barraco de lona onde Laura Aparecida Nunes vive com o filho, de 16 anos, que sofre de esquizofrenia. Ela diz que é pequeno e acanhado, mas para ela que sempre viveu de aluguel, é um paraíso. Para vencer o calor, costuma jogar água no chão.

“Aqui eu posso morar com dignidade, ainda que as coisas estejam ruins, mas a gente só está esperando a legalização para fazer uma casa melhor, que se pode morar e chamar de meu, onde não preciso pagar aluguel, onde não precisa alguém chegar, bater no portão e eu ter que tirar o que comer para pagar para morar”, relata emocionada.

A ocupação possui 740 lotes, mais da metade ocupada por famílias. As casas têm banheiro, cisternas ou poço artesiano. Janaína vive em barraco com sete crianças. São cinco filhos e dois sobrinhos.

“Aqui estou vivendo melhor do que quando estava com aluguel. Com o dinheiro do aluguel a gente compra coisas para as crianças, as coisas que mais necessitar para casa. A gente está vivendo bem melhor aqui”, afirma.

As famílias dizem que ocuparam a área porque estavam cansadas de pagar aluguel, viver de favor ou de esperar uma casa do Governo. Segundo elas, a espera chega a 8, 10, até 12 anos.

O prazo dado pela Justiça para que as famílias deixassem a área venceria no dia 5 de setembro. No entanto, a juíza Vanessa Estrela Gertrudes, da Vara da Fazenda Pública Municipal de Aparecida de Goiânia, decidiu suspender o mandado de reintegração de posse, até que o Estado defina para quais ginásios de esportes as famílias seriam encaminhadas provisoriamente.

Porém, as famílias estão decididas, e não aceitam ser levadas para ginásios. Querem preferencialmente ficar aqui na área ou no máximo ir para um terreno definitivo onde possam construir suas casas. “Ginásio é local de esporte, não de moradia”, diz Aline Ferreira de Paula, uma das integrantes da comissão de moradores.

Ela explica que a maior parte da área é considerada particular, mas até agora os apontados como donos não conseguiram comprovar que têm a posse do terreno, e que, por isso, não vê razão para deixar o local.

Confira na reportagem de Silas Santos

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