SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As centrais sindicais divulgaram, nesta terça-feira (1º), carta aberta pressionando pela manutenção do auxílio emergencial em parcelas de R$ 600 até dezembro.

O governo federal confirmou que os pagamentos do benefício terão continuidade até o final do ano, mas no valor de R$ 300. A quantia e o período de extensão foram definidos na segunda (31), em reunião entre Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro, que defendia novas parcelas de R$ 200, cedeu ao apelo do presidente.

A aposta dos sindicatos, agora, é pressionar parlamentares pela modificação da MP (medida provisória) que Bolsonaro deverá enviar ao Congresso, reduzindo o valor das parcelas para R$ 300. Em março, as centrais participaram das negociações com o governo e entidades representantes da indústria que levaram à apresentação da proposta com valor inicial fixado em R$ 600.

“Essa medida beneficiou mais de 65 milhões de pessoas, impedindo que caíssem na pobreza, criando uma proteção econômica para as famílias mais vulneráveis, bem como ajudou a sustentar o consumo de bens e serviços essenciais, em especial nas regiões mais pobres do país”, diz a nota assinada pela Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), entre outras centrais.

“Considerando que os impactos sociais e econômicos da crise sanitária já se se provam muito mais longos do que os inicialmente prospectados, com efeitos dramáticos sobre os empregos e as ocupações, bem como sobre as empresas e a dinâmica econômica, consideramos essencial que as iniciativas continuem no sentido de sustentar a renda das pessoas e famílias”, defendem os sindicatos.

O auxílio emergencial foi criado originalmente para durar três meses (tendo como base os meses de abril, maio e junho). Depois, o governo prorrogou por duas parcelas (julho e agosto). O valor de R$ 600 foi mantido em todo esse período.

Inicialmente, Guedes propôs parcelas de R$ 200 por beneficiário. O Congresso pressionou por um aumento para R$ 500, mas o valor acabou fechado em R$ 600 após aval de Bolsonaro. O auxílio emergencial é a medida mais cara do pacote anticrise, e já demanda R$ 254,4 bilhões em recursos considerando as cinco primeiras parcelas.